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24/08/2004 - 18h36

Isolado, chefe da Polícia Federal em SP pede demissão do cargo

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da Folha Online

O superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Francisco Baltazar da Silva, pediu demissão do cargo em carta enviada na manhã desta terça-feira para o diretor-geral da PF, Paulo Lacerda. De acordo com a assessoria da Polícia Federal em Brasília, Baltazar solicitou o afastamento por "motivos pessoais".

A PF em Brasília afirma que não vai comentar a saída de Baltazar. Em São Paulo, a assessoria informa que eles ainda não têm uma posição sobre o caso.

A Polícia Federal em Brasília abriu neste ano procedimento para investigar o delegado como suposto cliente do doleiro Antônio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona --preso há duas semanas em São Paulo na megaoperação da PF Farol da Colina.

Baltazar foi indicado para o cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem foi chefe de segurança nas quatro campanhas ao Planalto disputadas pelo petista.

Conforme os registros de Barcelona, o delegado comprou ao todo US$ 134,6 mil entre 1997 e 2002. Os dados constam de relatório da inteligência da PF feito com base em parte da contabilidade do doleiro arquivada em três discos rígidos de computador. O relatório foi enviado à 6ª Vara da Justiça Federal, em São Paulo, na qual tramita ação contra Barcelona.

Quando as transações se tornaram públicas, o delegado disse ter comprado os dólares com R$ 750 mil ganhos numa ação de indenização por danos morais contra a revista "Veja". Conforme "mandado de levantamento judicial", a indenização, de R$ 604,86 mil, foi paga em 11 de março de 1998.

Baltazar afirma que a origem do dinheiro para as transações com o doleiro é lícita e não se limitou à indenização. "Pode até não ter sido [a única fonte para a compra de dólares]. Posso ter vendido algum imóvel, feito alguma coisa, comprado com o meu salário."

Sem o apoio político do Planalto, a saída do delegado já era dada como praticamente certa. No auge da crise, a cúpula da PF considerou que era melhor dar a Baltazar "corda para se enforcar", no jargão policial. Ou seja, manter a situação como estava, até que a pressão fosse o bastante para que ele pedisse exoneração, a ser aceita prontamente.

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