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05/09/2004
-
08h58
CHICO DE GOIS
da Folha de S.Paulo
Na luta para conquistar os votos dos evangélicos, a prefeita e candidata Marta Suplicy (PT) recebeu ontem a bênção da Igreja Renascer em Cristo, em evento comandado pelo apóstolo Estevam Hernandes Filho e por sua mulher, a bispa Sônia Hernandes.
Mesmo sem declarar oficialmente apoio à candidata, Hernandes foi só elogios à prefeita. "Temos uma tendência mais natural em apoiá-la. Não apoio oficial da igreja, porque a igreja não dá apoio oficial. Mas, entre as propostas que ouvimos até agora, as dela são mais interessantes."
Pesquisa Datafolha/Band feita em 9 de agosto revelou que a petista liderava entre os eleitores evangélicos. Na época, segundo o levantamento, Marta tinha 33% dos votos desse grupo, José Serra (PSDB), 23%, e Paulo Maluf (PP), 19%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais e está registrada sob o número 002100104-SPPE no TRE-SP.
Segundo o IBGE, são evangélicos 16% da população paulistana, contra 9% da média do país.
Em 2002, Hernandes recomendou o voto, "em caráter pessoal", aos petistas José Genoino, para governador, e Luiz Inácio Lula da Silva, para presidente.
A Renascer tem um canal de TV, a Rede Gospel, controla 17 emissoras de rádio e é responsável pela Marcha para Jesus, que anualmente leva milhares de pessoas às ruas de São Paulo.
Na semana passada, o presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Geraldo Majella Agnelo, 70, criticou as religiões que indicam "candidatos da igreja". "A Igreja Católica considera isso um abuso do poder religioso, podendo restringir a liberdade democrática."
Ontem, Marta participou da "Ceia de Oficiais", que acontece no primeiro sábado de cada mês e que reúne lideranças como pastores, bispos e pessoas atuantes da igreja. No culto de ontem, participaram cerca de 20 mil pessoas, segundo os organizadores. A igreja afirma ter em toda a cidade de São Paulo cerca de 400 mil fiéis.
Com voz pausada, mansa, a prefeita usou várias palavras comuns aos evangélicos para falar de seus projetos e, principalmente, para pedir votos. "Eu sinto o bem em vocês. Muita paz, muito amor. Isso é muito bom de sentir e eu agradeço", disse a prefeita.
Ao falar sobre o CEU (Centro Educacional Unificado), Marta disse que os escolões servem para afastar os jovens "da possibilidade do descaminho". Ela reforçou sua "ligação" com a igreja. "Isso é uma preocupação grande que eu tenho em comum com a Renascer: a possibilidade de criar novos caminhos para o jovem", disse.
Apesar de a Renascer se dizer aberta a ouvir outros candidatos, é praticamente impossível que outro postulante à prefeitura paulistana pise no templo da igreja antes da eleição. Isso porque o próximo encontro ocorrerá apenas um dia antes da eleição.
"Não fomos procurados por nenhum outro candidato para vir aqui e também não estou afirmando que, se todos falassem "quero ir", eles viriam", afirmou Hernandes.
Apesar do clima de apoio a Marta, um dos membros do seleto grupo de 20 bispos primazes da igreja, o deputado estadual bispo Gê (PSDB), disse que seu candidato a prefeito é José Serra.
Quase-pastor
Paulo Maluf (PP) adotou um discurso semelhante ao de um pastor evangélico para vender sua candidatura ontem para cerca de 150 fiéis da Assembléia de Deus em São Miguel Paulista. A igreja, que segundo o IBGE tem 400 mil fiéis em São Paulo, já declarou apoio oficial ao ex-prefeito.
Segundo Maluf, "uma das formas de oração é o trabalho. Todas as obras que eu fiz, eu fiz pensando nisso. Obra gera emprego e emprego tira o mal e a tentação do coração de homens e mulheres".
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Marta busca apoio e ganha bênção de igreja
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da Folha de S.Paulo
Na luta para conquistar os votos dos evangélicos, a prefeita e candidata Marta Suplicy (PT) recebeu ontem a bênção da Igreja Renascer em Cristo, em evento comandado pelo apóstolo Estevam Hernandes Filho e por sua mulher, a bispa Sônia Hernandes.
Mesmo sem declarar oficialmente apoio à candidata, Hernandes foi só elogios à prefeita. "Temos uma tendência mais natural em apoiá-la. Não apoio oficial da igreja, porque a igreja não dá apoio oficial. Mas, entre as propostas que ouvimos até agora, as dela são mais interessantes."
Pesquisa Datafolha/Band feita em 9 de agosto revelou que a petista liderava entre os eleitores evangélicos. Na época, segundo o levantamento, Marta tinha 33% dos votos desse grupo, José Serra (PSDB), 23%, e Paulo Maluf (PP), 19%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais e está registrada sob o número 002100104-SPPE no TRE-SP.
Segundo o IBGE, são evangélicos 16% da população paulistana, contra 9% da média do país.
Em 2002, Hernandes recomendou o voto, "em caráter pessoal", aos petistas José Genoino, para governador, e Luiz Inácio Lula da Silva, para presidente.
A Renascer tem um canal de TV, a Rede Gospel, controla 17 emissoras de rádio e é responsável pela Marcha para Jesus, que anualmente leva milhares de pessoas às ruas de São Paulo.
Na semana passada, o presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Geraldo Majella Agnelo, 70, criticou as religiões que indicam "candidatos da igreja". "A Igreja Católica considera isso um abuso do poder religioso, podendo restringir a liberdade democrática."
Ontem, Marta participou da "Ceia de Oficiais", que acontece no primeiro sábado de cada mês e que reúne lideranças como pastores, bispos e pessoas atuantes da igreja. No culto de ontem, participaram cerca de 20 mil pessoas, segundo os organizadores. A igreja afirma ter em toda a cidade de São Paulo cerca de 400 mil fiéis.
Com voz pausada, mansa, a prefeita usou várias palavras comuns aos evangélicos para falar de seus projetos e, principalmente, para pedir votos. "Eu sinto o bem em vocês. Muita paz, muito amor. Isso é muito bom de sentir e eu agradeço", disse a prefeita.
Ao falar sobre o CEU (Centro Educacional Unificado), Marta disse que os escolões servem para afastar os jovens "da possibilidade do descaminho". Ela reforçou sua "ligação" com a igreja. "Isso é uma preocupação grande que eu tenho em comum com a Renascer: a possibilidade de criar novos caminhos para o jovem", disse.
Apesar de a Renascer se dizer aberta a ouvir outros candidatos, é praticamente impossível que outro postulante à prefeitura paulistana pise no templo da igreja antes da eleição. Isso porque o próximo encontro ocorrerá apenas um dia antes da eleição.
"Não fomos procurados por nenhum outro candidato para vir aqui e também não estou afirmando que, se todos falassem "quero ir", eles viriam", afirmou Hernandes.
Apesar do clima de apoio a Marta, um dos membros do seleto grupo de 20 bispos primazes da igreja, o deputado estadual bispo Gê (PSDB), disse que seu candidato a prefeito é José Serra.
Quase-pastor
Paulo Maluf (PP) adotou um discurso semelhante ao de um pastor evangélico para vender sua candidatura ontem para cerca de 150 fiéis da Assembléia de Deus em São Miguel Paulista. A igreja, que segundo o IBGE tem 400 mil fiéis em São Paulo, já declarou apoio oficial ao ex-prefeito.
Segundo Maluf, "uma das formas de oração é o trabalho. Todas as obras que eu fiz, eu fiz pensando nisso. Obra gera emprego e emprego tira o mal e a tentação do coração de homens e mulheres".
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