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08/09/2004
-
04h33
CATIA SEABRA
PEDRO DIAS LEITE
da Folha de S.Paulo
Em campos opostos na eleição, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e a prefeita Marta Suplicy (PT) estiveram lado a lado ontem, por mais de três horas, no desfile de 7 de Setembro. Apesar da cordialidade protocolar, os dois partiram para o confronto logo que se separaram.
Alvo de recentes críticas da prefeita, por causa do volume de despesas com publicidade, Alckmin se defendeu afirmando que os gastos da prefeitura são ainda maiores: "Fiz um cálculo: tanto em 2003 como em 2004, o governo gasta R$ 0,80 por habitante [em propaganda institucional]. A prefeitura, R$ 4".
A resposta de Marta veio numa nota em que o comando de sua campanha acusa o Estado não só de gastar "mais de R$ 50 milhões para tentar influenciar o voto dos eleitores com inserções caríssimas em horário nobre", como também de omitir esses dados.
Diz a nota que o Estado não informa quanto gasta com a propaganda produzida por suas empresas, como CDHU e Sabesp, e que essas duas empresas são responsáveis pela maior quantidade de gastos em publicidade.
No contra-ataque, o presidente municipal do PSDB e coordenador da campanha de José Serra, Edson Aparecido, comparou a estratégia petista ao modelo de comunicação nazista. "É a política do PT, que não é nova, de bater tanto numa inverdade até que se torne verdade. É igualzinho ao Goebbels [Joseph Goebbels, propagandista de Adolf Hitler]."
No início da tarde, as farpas lançadas por Alckmin não se restringiram à publicidade. O governador foi irônico, por exemplo, ao comentar a disposição de apoiar o governo federal para aprovação da Parceria Público-Privada (PPP). Alckmin lembrou ter aprovado a PPP na Assembléia, "estranhamente com todos os votos do PT contra".
O governador também deixou claro que não concorda com a conclamação feita na véspera pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que todos fossem ontem às ruas comemorar o bom desempenho da economia.
Segundo Alckmin, essa é "uma data que não é do governo, é uma data da população". E completou: "Pátria não é governo, pátria é povo. O Rui Barbosa nos ensinou que a pátria é a família amplificada".
Alckmin minimizou a participação de ministros na campanha petista. Mas falou da importância de sua própria presença no palanque de Serra. "Os apoios ajudam? Ajudam. Até porque tem um provérbio que diz: "Diga-me com quem andas e dir-te-ei quem és'".
No palanque, porém, a conversa entre os dois foi "amena". O governador contou que o assunto foi cinema. "Gosto muito de cinema, até passei para ela umas dicas de alguns filmes nacionais." Os dois trocaram sugestões.
Entre os filmes mencionados, "Alguém Tem que Ceder", comédia estrelada por Diane Keaton e Jack Nicholson, sugerida por Marta.
Entre os indicados por Alckmin, estão "Lisbela e o Prisioneiro", e "O Prisioneiro da Grade de Ferro", documentário sobre a vida de detentos do Carandiru.
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Após cordialidade em desfile, Alckmin e Marta se atacam
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PEDRO DIAS LEITE
da Folha de S.Paulo
Em campos opostos na eleição, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e a prefeita Marta Suplicy (PT) estiveram lado a lado ontem, por mais de três horas, no desfile de 7 de Setembro. Apesar da cordialidade protocolar, os dois partiram para o confronto logo que se separaram.
Alvo de recentes críticas da prefeita, por causa do volume de despesas com publicidade, Alckmin se defendeu afirmando que os gastos da prefeitura são ainda maiores: "Fiz um cálculo: tanto em 2003 como em 2004, o governo gasta R$ 0,80 por habitante [em propaganda institucional]. A prefeitura, R$ 4".
A resposta de Marta veio numa nota em que o comando de sua campanha acusa o Estado não só de gastar "mais de R$ 50 milhões para tentar influenciar o voto dos eleitores com inserções caríssimas em horário nobre", como também de omitir esses dados.
Diz a nota que o Estado não informa quanto gasta com a propaganda produzida por suas empresas, como CDHU e Sabesp, e que essas duas empresas são responsáveis pela maior quantidade de gastos em publicidade.
No contra-ataque, o presidente municipal do PSDB e coordenador da campanha de José Serra, Edson Aparecido, comparou a estratégia petista ao modelo de comunicação nazista. "É a política do PT, que não é nova, de bater tanto numa inverdade até que se torne verdade. É igualzinho ao Goebbels [Joseph Goebbels, propagandista de Adolf Hitler]."
No início da tarde, as farpas lançadas por Alckmin não se restringiram à publicidade. O governador foi irônico, por exemplo, ao comentar a disposição de apoiar o governo federal para aprovação da Parceria Público-Privada (PPP). Alckmin lembrou ter aprovado a PPP na Assembléia, "estranhamente com todos os votos do PT contra".
O governador também deixou claro que não concorda com a conclamação feita na véspera pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que todos fossem ontem às ruas comemorar o bom desempenho da economia.
Segundo Alckmin, essa é "uma data que não é do governo, é uma data da população". E completou: "Pátria não é governo, pátria é povo. O Rui Barbosa nos ensinou que a pátria é a família amplificada".
Alckmin minimizou a participação de ministros na campanha petista. Mas falou da importância de sua própria presença no palanque de Serra. "Os apoios ajudam? Ajudam. Até porque tem um provérbio que diz: "Diga-me com quem andas e dir-te-ei quem és'".
No palanque, porém, a conversa entre os dois foi "amena". O governador contou que o assunto foi cinema. "Gosto muito de cinema, até passei para ela umas dicas de alguns filmes nacionais." Os dois trocaram sugestões.
Entre os filmes mencionados, "Alguém Tem que Ceder", comédia estrelada por Diane Keaton e Jack Nicholson, sugerida por Marta.
Entre os indicados por Alckmin, estão "Lisbela e o Prisioneiro", e "O Prisioneiro da Grade de Ferro", documentário sobre a vida de detentos do Carandiru.
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