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18/09/2004 - 08h38

Chance de CFJ passar é nenhuma, diz Sarney

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FERNANDA KRAKOVICS
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse ontem que a possibilidade de o projeto de lei que cria o Conselho Federal de Jornalismo prosperar é "nenhuma" e que essa é uma tentativa de controlar a imprensa. O texto foi enviado ao Congresso pelo governo federal, que encampou proposta da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas).

"Acho que é uma tentativa, que sempre ocorre ciclicamente, de tentar exercer algum controle sobre os mecanismos da imprensa", afirmou Sarney.

Questionado sobre qual a possibilidade de a idéia do conselho prosperar, ele foi categórico: "Nenhuma".

O Conselho Federal de Jornalismo, segundo o projeto, teria a atribuição de "orientar, disciplinar e fiscalizar" o exercício da profissão e a atividade jornalística. O governo afirma que o envio ao Congresso não visa encontrar formas legais para controlar a ação dos jornalistas, mas sim atender a uma antiga reivindicação da própria categoria.

Ressaltando que era "suspeito" para opinar sobre o tema por ser jornalista, já tendo exercido a profissão no Maranhão, o presidente do Senado disse que a idéia do conselho "não foi um momento de felicidade".

Bombardeio

A criação do CFJ foi bombardeada desde sua divulgação, e o governo foi acusado por senadores e deputados, tanto da base aliada quanto da oposição, de autoritarismo.

A repercussão negativa ganhou espaço também na imprensa internacional --incluindo reportagem de Larry Rohter, correspondente do "New York Times" no Brasil que chegou a ter seu visto de trabalho suspenso depois de reportagem que desagradou ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O projeto dividiu os profissionais de imprensa porque nem todos se sentem representados pela Fenaj, que foi acusada de fazer a proposta sem consulta prévia.

Antes de conceder entrevista, Sarney participou do seminário "O Parlamento Brasileiro", em que defendeu a necessidade de realizar uma reforma política para fortalecer os partidos e a democracia. Na opinião do senador, hoje não há partidos, mas sim políticos isolados.

"Hoje nós saímos de uma eleição e não se pode reunir os membros de um partido. Eles podem se reunir com a oposição, mas não entre si, porque estão brigados e concorrem entre eles mesmos, não com os outros", disse o presidente do Senado.

O PFL no Senado está rachado entre o presidente do partido, senador Jorge Bornhausen (SC), e o senador Antonio Carlos Magalhães (BA), uma de suas principais lideranças.

A crise deu resultado nesta semana a um pedido de expulsão do senador baiano depois que ele e mais cinco pefelistas jantaram com o presidente Lula.

Questionado se Bornhausen exagerou em sua reação, o presidente do Senado afirmou que já tem "problemas no PMDB para entrar nos do PFL".

O PMDB também está rachado entre o próprio Sarney e o líder do partido, senador Renan Calheiros (AL). Sarney quer ser reeleito para a Mesa do Senado em fevereiro do próximo ano, posto que é pleiteado por Calheiros.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a criação do Conselho Federal de Jornalismo
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