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03/10/2004
-
22h52
JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio
A lembrança de Cesar Maia, 59, no imaginário do carioca é a do maluco beleza, do sujeito que pedia sorvete em açougue, usava casaco no verão e defendia o obelisco de Ipanema (a escultura polêmica no meio da Visconde de Pirajá, uma das ruas mais nobres da cidade). Nessa eleição, o candidato voltou com nova cara.
Em sua terceira eleição para a prefeitura do Rio de Janeiro, Maia agora defende a imagem de um bom administrador. Com liderança folgada nas pesquisas de intenção de voto, o candidato afirmou diversas vezes durante a campanha que o "carioca já conhece o seu projeto de governo".
Maia foi eleito pela primeira vez em 1992 pelo PMDB, depois de vencer Benedita da Silva no segundo turno. Na eleição seguinte, emplacou o sucessor, o atual candidato do casal Garotinho, Luiz Paulo Conde.
Arquiteto responsável pela viabilização do Rio Cidade, o mais famoso projeto de Cesar Maia, Conde se tornou hoje adversário e desafeto do prefeito. O antigo aliado foi contemplado com apelidos pouco lisonjeiros, como "baleia encalhada" durante a disputa.
Em 2000, Maia voltou novamente à prefeitura, desta vez pelo PFL. A imagem do prefeito é associada hoje a projetos como o Favela-Bairro (de urbanização das favelas do Rio de Janeiro) e as Vilas Olímpicas (acesso a esporte nas comunidades).
Apesar do histórico, Cesar Maia não pode ser classificado como um tradicional político da direita. Ele iniciou a vida pública como Secretário de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro, durante a administração de Leonel Brizola (1922-2004).
O namoro com a esquerda, no entanto, termina aí. Maia hoje tece elogios à Antonio Carlos Magalhães, um dos principais caciques do PFL, seu atual partido.
O gosto pela polêmica não é de hoje. O talento de Cesar Maia para criar "fatos" rendeu o nome da empresa de consultoria do prefeito, a Factóides & Factóides. Maia já propôs livro de explicação para samba-enredo e até horário de verão para o ano inteiro, ou seja, virar notícia nunca foi dificuldade para o prefeito.
A única ofensa capaz de abalar o candidato líder nas pesquisas foi a acusação de ter perdido o chamado "espírito carioca" nesta eleição.
Taxativo, o prefeito respondeu que "espírito carioca é ganhar eleições desde 1992".
Segundo o prefeito, alma carioca não pode ser a caricatura do carioca, aquela imagem do sujeito que chega em Paris, acha tudo muito interessante e já sai cantando um sambinha. "Se eu fosse cantor, compositor, ator das novelas da Globo eu ficaria preocupado em perder essa simbologia, mas eu sou político", afirmou.
Para combater as desconfianças de um possível abandono da prefeitura para concorrer ao governo do Estado em 2006, Maia diz que pretende escolher alguém da equipe e já levantou a hipótese de buscar apoio junto ao PT e ao PSDB para formar uma aliança anti-Garotinho.
Em entrevista recente, Maia afirmou que não existe historiador ou urbanista que conheça a história do Rio de Janeiro desde o século XIX como ele. Como parte do folclore de adorador da cidade, Maia tem o hábito de lembrar os gestores mais famosos da cidade como Pedro Ernesto e Carlos Lacerda e chegou a afirmar que se alguém o convidasse toparia ser eleito imperador do Rio de Janeiro.
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da Folha Online, no Rio
A lembrança de Cesar Maia, 59, no imaginário do carioca é a do maluco beleza, do sujeito que pedia sorvete em açougue, usava casaco no verão e defendia o obelisco de Ipanema (a escultura polêmica no meio da Visconde de Pirajá, uma das ruas mais nobres da cidade). Nessa eleição, o candidato voltou com nova cara.
Em sua terceira eleição para a prefeitura do Rio de Janeiro, Maia agora defende a imagem de um bom administrador. Com liderança folgada nas pesquisas de intenção de voto, o candidato afirmou diversas vezes durante a campanha que o "carioca já conhece o seu projeto de governo".
Maia foi eleito pela primeira vez em 1992 pelo PMDB, depois de vencer Benedita da Silva no segundo turno. Na eleição seguinte, emplacou o sucessor, o atual candidato do casal Garotinho, Luiz Paulo Conde.
Arquiteto responsável pela viabilização do Rio Cidade, o mais famoso projeto de Cesar Maia, Conde se tornou hoje adversário e desafeto do prefeito. O antigo aliado foi contemplado com apelidos pouco lisonjeiros, como "baleia encalhada" durante a disputa.
Em 2000, Maia voltou novamente à prefeitura, desta vez pelo PFL. A imagem do prefeito é associada hoje a projetos como o Favela-Bairro (de urbanização das favelas do Rio de Janeiro) e as Vilas Olímpicas (acesso a esporte nas comunidades).
Apesar do histórico, Cesar Maia não pode ser classificado como um tradicional político da direita. Ele iniciou a vida pública como Secretário de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro, durante a administração de Leonel Brizola (1922-2004).
O namoro com a esquerda, no entanto, termina aí. Maia hoje tece elogios à Antonio Carlos Magalhães, um dos principais caciques do PFL, seu atual partido.
O gosto pela polêmica não é de hoje. O talento de Cesar Maia para criar "fatos" rendeu o nome da empresa de consultoria do prefeito, a Factóides & Factóides. Maia já propôs livro de explicação para samba-enredo e até horário de verão para o ano inteiro, ou seja, virar notícia nunca foi dificuldade para o prefeito.
A única ofensa capaz de abalar o candidato líder nas pesquisas foi a acusação de ter perdido o chamado "espírito carioca" nesta eleição.
Taxativo, o prefeito respondeu que "espírito carioca é ganhar eleições desde 1992".
Segundo o prefeito, alma carioca não pode ser a caricatura do carioca, aquela imagem do sujeito que chega em Paris, acha tudo muito interessante e já sai cantando um sambinha. "Se eu fosse cantor, compositor, ator das novelas da Globo eu ficaria preocupado em perder essa simbologia, mas eu sou político", afirmou.
Para combater as desconfianças de um possível abandono da prefeitura para concorrer ao governo do Estado em 2006, Maia diz que pretende escolher alguém da equipe e já levantou a hipótese de buscar apoio junto ao PT e ao PSDB para formar uma aliança anti-Garotinho.
Em entrevista recente, Maia afirmou que não existe historiador ou urbanista que conheça a história do Rio de Janeiro desde o século XIX como ele. Como parte do folclore de adorador da cidade, Maia tem o hábito de lembrar os gestores mais famosos da cidade como Pedro Ernesto e Carlos Lacerda e chegou a afirmar que se alguém o convidasse toparia ser eleito imperador do Rio de Janeiro.
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