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20/10/2004
-
15h32
da Folha Online
O ministro José Viegas (Defesa) declarou hoje que o governo oferece à AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) garantias de que "não há desvio de material nuclear" no país
"O Brasil não tem nada a esconder sobre a utilização de material nuclear. O país não tem nenhuma instalação clandestina e abre as suas instalações nucleares à agência", afirmou o ministro, após participar de Seminário de Ciência e Tecnologia, em Brasília.
A parte técnica da vistoria à usina de Resende (RJ) foi concluída ontem. O objetivo foi verificar a possibilidade de fazer uma inspeção formal à fábrica sem ter acesso total às centrífugas. Os técnicos mantiveram-se a 22 centímetros das centrífugas, das quais estavam separados por um painel. O Brasil não aceita mostrá-las sob a alegação de que o modelo desenvolvido encerra avanços tecnológicos que precisam ser mantidos em sigilo.
Agora, a equipe da AIEA, órgão ligado à ONU (Organização das Nações Unidas), enviará um relatório a seus diretores, a quem caberá a decisão final. Caso confirmem que a inspeção é possível sem o acesso integral às centrífugas, uma nova equipe deve chegar ao Brasil em cerca de 15 dias para análise mais detalhada.
Conflito
Na visão do ministério, não há mais razões de conflitos entre o Brasil e a agência, que temia que o país usasse a técnica de enriquecimento de urânio para a produção de armas nucleares.
A fábrica brasileira foi construída numa área de 600 hectares de uma antiga fazenda em Resende (RJ). Entre árvores, gramados bem aparados e casas em estilo colonial, onde fica a parte administrativa, erguem-se dois imensos prédios de concreto em forma de caixotes.
A unidade onde o urânio será enriquecido, com 25 mil metros quadrados, é a que interessa à AIEA. Hoje o urânio extraído do Brasil é enviado ao Canadá para ser transformado em gás. Viaja à Europa (Alemanha, Holanda ou Inglaterra) para ser enriquecido, voltando, então, ao Brasil.
Nos dois módulos já em operação dessa unidade em Resende, o gás é transformado em pó e, posteriormente, em pastilhas. Quando o terceiro módulo, onde estão as centrífugas de enriquecimento de urânio, estiver funcionando, a etapa européia será aos poucos abandonada. Para operar, o Brasil espera a aprovação da AIEA.
Com Agência Brasil
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"O Brasil não tem nada a esconder sobre a utilização de material nuclear. O país não tem nenhuma instalação clandestina e abre as suas instalações nucleares à agência", afirmou o ministro, após participar de Seminário de Ciência e Tecnologia, em Brasília.
A parte técnica da vistoria à usina de Resende (RJ) foi concluída ontem. O objetivo foi verificar a possibilidade de fazer uma inspeção formal à fábrica sem ter acesso total às centrífugas. Os técnicos mantiveram-se a 22 centímetros das centrífugas, das quais estavam separados por um painel. O Brasil não aceita mostrá-las sob a alegação de que o modelo desenvolvido encerra avanços tecnológicos que precisam ser mantidos em sigilo.
Agora, a equipe da AIEA, órgão ligado à ONU (Organização das Nações Unidas), enviará um relatório a seus diretores, a quem caberá a decisão final. Caso confirmem que a inspeção é possível sem o acesso integral às centrífugas, uma nova equipe deve chegar ao Brasil em cerca de 15 dias para análise mais detalhada.
Conflito
Na visão do ministério, não há mais razões de conflitos entre o Brasil e a agência, que temia que o país usasse a técnica de enriquecimento de urânio para a produção de armas nucleares.
A fábrica brasileira foi construída numa área de 600 hectares de uma antiga fazenda em Resende (RJ). Entre árvores, gramados bem aparados e casas em estilo colonial, onde fica a parte administrativa, erguem-se dois imensos prédios de concreto em forma de caixotes.
A unidade onde o urânio será enriquecido, com 25 mil metros quadrados, é a que interessa à AIEA. Hoje o urânio extraído do Brasil é enviado ao Canadá para ser transformado em gás. Viaja à Europa (Alemanha, Holanda ou Inglaterra) para ser enriquecido, voltando, então, ao Brasil.
Nos dois módulos já em operação dessa unidade em Resende, o gás é transformado em pó e, posteriormente, em pastilhas. Quando o terceiro módulo, onde estão as centrífugas de enriquecimento de urânio, estiver funcionando, a etapa européia será aos poucos abandonada. Para operar, o Brasil espera a aprovação da AIEA.
Com Agência Brasil
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