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20/10/2004 - 19h03

Lula diz não poder falar de política e que achar emprego sem dente é difícil

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MILENA BUOSI
da Folha Online

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje "não poder falar de política" durante discurso que marcou a inauguração de uma série de centros de especialidades odontológicas em São Paulo. No pronunciamento, ele disse que "fica até mais difícil arrumar emprego se não tiver dente na boca".

Durante o evento, um manifestante da platéia atirou dois ovos contra o palco, que não acertaram o presidente. O primeiro ovo acertou o prefeito em exercício, Hélio Bicudo (PT), e o segundo, o ministro Humberto Costa (Saúde). O agressor não foi identificado.

Amanhã, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) julga recurso da AGU (Advocacia Geral da União) contra sentença que condenou o presidente ao pagamento de multa R$ 50 mil por ter pedido votos a Marta na inauguração da extensão da avenida Radial Leste.

Hoje foram inauguradas sete em São Paulo, nos bairros de Campo Limpo, Casa Verde, Móoca, Vila Prudente, Guaianases, Lapa e Vila Mariana. Lula prometeu erguer cem unidades de tratamento odontológico até o final do ano. O governo federal repassou R$ 456 mil para o programa. A prefeitura arca com o pagamento dos funcionários e a cessão do terreno.

O programa visa, segundo Lula, "que ninguém tenha vergonha de conversar ou sorrir porque lhe falta um dente na boca".

"Fica até mais difícil para um menino de 18, 19, 20 anos, ou para um homem de 40 anos arrumar emprego, se não tiver dente. Fica muito mais difícil para uma menina ou um menino de 18 anos namorar, se um deles não tiver dentes. E é coisa muito séria a pessoa poder sorrir. Não tem nada mais gostoso do que uma bela gargalhada, do que um belo sorriso. E isso a gente só pode fazer quando não tem vergonha."

Ele disse também que "dente estragado e dor de dente são coisas de pobre", porque "rico tem até dentista particular, mas o pobre quando vai ao dentista pergunta qual é o valor para arrancar, já que tratamento de canal fica caro".

Lula comemorou ainda o desempenho da economia do país que, segundo ele, impulsionará a geração de empregos. "Emprego a gente não cria do dia para a noite. Não tem mágica. Porque, se tivesse mágica, vocês já estavam me chamando de 'Mandrake', porque eu já teria feito crescer.

"Do dia 1º de janeiro ao dia 1º de setembro deste ano, conseguimos 1.666.180 empregos de carteira profissional assinada. Para demonstrar, claramente, que na hora em que a economia brasileira volta a crescer e as pessoas começam a acreditar no Brasil, as pessoas começam a oferecer os empregos que o povo brasileiro precisa."

Antes do pronunciamento de Lula, o secretário de Saúde da cidade, Gonçalo Vecina fez um discurso exaltado, no qual reclamou das críticas de "apagão na saúde". "Estão falando em apagão da saúde. Apagão foi uma palavra vocês lembram quando e porque", afirmou, em alusão à crise energética do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

Vecina prometeu também iniciar amanhã, "com a entrada de tratores", as obras para a construção do hospital em M'Boi Mirim (zona sul).

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