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26/10/2004 - 20h46

Troca de ataques e insinuações marcam debate em Fortaleza

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KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Fortaleza

O debate entre os candidatos a prefeito de Fortaleza, Moroni Torgan (PFL) e Luizianne Lins (PT), hoje pela manhã, na TV Jangadeiro (retransmissora do SBT), foi marcado pelo acirramento ainda maior da disputa, com troca de ataques e de insinuações, no lugar das discussões de propostas para a cidade.

Os ânimos ficaram tão exaltados que houve até um início de tumulto na platéia, quando as equipes de filmagem dos dois candidatos entraram no teatro onde acontecia o debate, sem autorização da direção da emissora.
Durante a confusão, um produtor de Moroni chegou a chamar policiais militares para expulsar o deputado federal João Alfredo Teles (PT), mas foi desautorizado por um delegado da Polícia Civil que assistia ao debate.

No confronto entre os dois candidatos, Moroni insistiu em perguntar à petista o que ela pensava das "festinhas" onde jovens têm acesso às drogas. Ele repetiu a pergunta duas vezes, numa clara insinuação contra a candidata. Luizianne respondeu dizendo que defende um debate não preconceituoso sobre o tema e que não vai oprimir os usuários, mas tratá-los, "não de forma pseudo-moralista".

Na mesma pergunta, Luizianne deu um contragolpe, ao afirmar que pessoas indiciadas por Moroni na CPI do Narcotráfico, da Câmara dos Deputados, onde o pefelista ganhou fama nacional de "xerife", ainda não foram presas.

Como estratégia, Moroni ficou repetindo durante todo o debate que sua adversária é que o atacava, e não o contrário. Entre seus ataques à petista, porém, ele falou sobre a "ideologia marxista" dela, tema usado também na propaganda eleitoral.

Para ele, a população pode ser afetada pelo choque entre marxismo e capitalismo. Em inserções, Moroni tem afirmado que o marxista é contra a propriedade privada. Ontem mesmo, a coligação de Luizianne entrou na Justiça com um pedido de suspensão da propaganda, em mais uma ação da guerra jurídica travada entre os dois candidatos.

O pefelista aposta suas últimas fichas nos debates marcados para esta reta final da campanha. Segundo o Datafolha, Moroni está em desvantagem, com 11 pontos percentuais atrás de Luizianne --ele tem 39% das intenções de voto, contra 50% da petista.

Hoje, Luizianne conseguiu suspender na Justiça Eleitoral um outro debate, que seria veiculado pela TV Cidade, retransmissora da TV Record, ainda na noite de ontem. Estão previstos para esta semana um debate na rádio AM do Povo e outro na TV Verdes Mares, afiliada da TV Globo, na noite de quinta-feira.

Contra seu adversário, a petista retomou uma acusação de que na campanha do pefelista há pessoas envolvidas com tortura. A denúncia já havia sido divulgada por ONGs e pelo senador Tasso Jereissati (PSDB), que foi o padrinho político de Moroni, mas que hoje se diz seu "inimigo".

Logo depois do programa, Moroni disse, em entrevista, que poderá entrar com medidas legais contra o que chamou de "mentira".

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