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19/09/2000 - 03h34

Candidatos quase desprezam 8 milhões de internautas

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VAGUINALDO MARINHEIRO, editor-executivo da Folha Online

Uma estimativa modesta aponta que existem 8 milhões de internautas no Brasil. Uma grande parte em São Paulo. É um público qualificado, com escolaridade e poder aquisitivo altos, mas que é quase desprezado pelos candidatos, principalmente por aqueles que não conseguem tempo na TV para expor suas idéias -os "nanicos" e os que buscam uma vaga na Câmara Municipal.

Daí o erro, porque mesmo o candidato de um partido sem nenhuma representação parlamentar poderia ter um website igual ao do representante do maior partido do país. E o custo não seria alto.

O TRE até permitiu que o registro do domínio (o endereço do site) fosse feito gratuitamente. Bastava que o candidato usasse seu nome, número e o final ".can" (de candidato) no lugar de ".com" (de comercial).

Mas nem o baixo custo e o espaço ilimitado atraíram muitos. Entre os vereadores, que conseguem pouco mais que dizer o nome e o número no horário eleitoral gratuito na TV, são raros os que têm páginas na Internet. E quem tem esconde.

É praticamente impossível encontrar o endereço eletrônico (o www.alguma-coisa) em outdoors, faixas ou santinhos espalhados pelas ruas.

Com os candidatos nanicos à prefeitura é a mesma coisa. A exceção é Marcos Cintra, que a todo instante faz publicidade para seu site.
Pegue o exemplo de Enéas. Ele vive reclamando que não tem tempo na TV e até criou aquele estilo gritado e de metralhadora para melhor usar seus escassos minutos diante das câmeras.

Era de supor que usasse bem a Internet, certo? Errado. Seu site está totalmente desatualizado. Quem for acessar a página www.eneas.com.br verá as propostas de Enéas para a campanha presidencial de 1998.

Como o candidato barbudo disputa qualquer coisa, pode ser que ele já esteja deixando o site semipronto para a eleição presidencial de 2002.
Outros candidatos não possuem nem sequer o domínio para a Internet de seus nomes. Quem digitar www.collor.com.br, por exemplo, vai encontrar não o site do candidato, mas o de uma empresa de assessoria.

Geraldo Alckmin também tem problemas com domínio. Quem digitar www.alckmin.com.br encontrará um aviso de site em construção. Outros esqueceram de acertar velhos sites. Quem digita www.erundina.com.br vai encontrar informações sobre a candidatura de Luiza Erundina para deputada federal, não para a prefeitura.

"Invasões"

Mas há alguns candidatos que estão fazendo "invasões" para conseguir atrair o público da Internet.

Há, por exemplo, candidato a vereador que entra em salas de bate-papo de qualquer assunto (até sexo), se apresenta, digita algumas propostas e deixa o endereço do próprio site para possíveis visitas.

É uma atitude arriscada. Por um lado, o candidato pode se fazer conhecido. Por outro, pode atrair a ira de quem estiver na sala a fim de conversar, não de receber propaganda política.

Por fim, há uma vantagem no quase desprezo à Internet. Os candidatos não estão usando muito o e-mail para enviar seus santinhos virtuais.
Ainda bem; qualquer um que tem e-mail sabe a quantidade de lixo que somos obrigados a apagar todos os dias.

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