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04/11/2004 - 17h33

Revoltado com governo, César Borges tenta resgatar caso Waldomiro

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ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília

Revoltado com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que apoiou seu adversário nas eleições de Salvador, o senador César Borges (PFL-BA) tentou hoje resgatar o caso Waldomiro Diniz.

Ontem, Borges e seu "padrinho" político, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), atacaram duramente o governo no Plenário da Casa. Borges acusou o governo de "inescrupuloso uso" da máquina administrativa. "A posição do PT na Bahia nos deixou decepcionados pelo uso da máquina pública. Não é um partido confiável", afirmou.

Nesta quinta, ele anunciou em plenário que vai endossar a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o caso Waldomiro Diniz.

Borges, no entanto, disse que seu comportamento é orientado por convicções pessoais, pelo compromisso com a população da Bahia e pela posição do seu partido, o PFL.

"Não se trata de qualquer tipo de retaliação ou vingança contra o governo federal pela interferência ilegal e indevida nas eleições municipais, como de fato já denunciei desta mesma tribuna. Até porque jamais estabeleci com qualquer membro do governo qualquer compromisso no sentido de assinar ou deixar de assinar as CPIs que venham a ser propostas nesta Casa", disse.

Volta

ACM, depois de dois anos apoiando o governo do presidente Lula, também se voltou para a oposição. O senador coordenou um jantar entre Lula e senadores do PFL e por este motivo está sendo alvo de processo de expulsão da legenda.

O principal cacique baiano foi uma das forças que fez com que a CPI do Caso Waldomiro não prosperasse dentro do Congresso. Agora, com suas relações com o Planalto estremecidas, ACM pode juntar seu endosso ao de César Borges, o que seria mais uma dor de cabeça para os governistas.

Com o retorno de ACM às fileiras da oposição, o processo de expulsão do senador já é dado como morto dentro do partido. Nesta quinta-feira, o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), fez um balanço da atuação da legenda nas eleições 2004 e anunciou que o PFL vai redefinir seus programas.

O objetivo é, segundo Bornhausen, preparar a legenda para as eleições de 2006. A Executiva Nacional decidiu hoje criar uma comissão para fazer um levantamento criterioso da posição do partido nos 26 Estados e no Distrito Federal.

"Refundação"

Bornhausen chamou a virada de rumo do partido de "refundação" e lembrou que o PFL completará 20 anos de fundação em 2005. O PFL quer saber onde ganhou e onde perdeu espaço nos últimos anos. A legenda sempre lutou contra o estigma de ser um partido nordestino.

Bornhausen voltou a criticar o processo de cooptação política que existe no Brasil e a defender a reforma política. Ele atribui à cooptação política o fraco desempenho do PFL nas eleições de 2002.

"Fomos atropelados por um processo de verticalização que nos deixou sem candidato à eleição de presidente. Depois tivemos perda de cerca de 20 parlamentares, o que, por si só, já traz perdas de prefeitos e vereadores. Então, fomos para a eleição já menores", avaliou Bornhausen.

Outro lado

O senador Tião Viana (PT-AC) lamentou a postura de ACM e Borges. "Como eu já disse, é preciso unir o amargo da derrota ao doce da vitória. Não dá para fazer política com o fígado."

A CPI é de autoria do senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT). Segundo o senador, ele vê com bons olhos a atitude do PFL baiano. O senador confessou que tinha achado que a CPI estava morta.

"Faz tanto tempo, que eu preciso fazer uma rechecagem das assinaturas. Vou ver se ela está lá em casa, ou no gabinete, ou com o Arthur Virgílio (PSDB-AM), que eu nem sei mais onde a lista está", afirmou.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre César Borges
  • Leia o que já foi publicado sobre o caso Waldomiro Diniz
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