Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
20/11/2009 - 11h32

TST nega recurso de empresa de José Alencar

Publicidade

ELVIRA LOBATO
da Folha de S.Paulo, no Rio

A Coteminas, um dos maiores grupos têxteis do país, pertencente à família do vice-presidente José Alencar, está sob risco de entrar para a lista negra do trabalho escravo.

O Tribunal Superior do Trabalho negou o primeiro recurso da empresa para não ser incluída na lista, que será editada pelo Ministério do Trabalho no mês que vem. A Coteminas contesta a inclusão.

Em 2007, o Grupo de Fiscalização Móvel para Erradicação do Trabalho Escravo do Ministério do Trabalho retirou 26 trabalhadores rurais que prestavam serviço em uma fazenda de eucaliptos da Coteminas, no município de Gaspar (SC). Eram empregados de uma empresa fornecedora de mão de obra, a Ambitec Serviços, contratada pela Coteminas, que, segundo a fiscalização, trabalhavam em condição análoga à de escravo.

Os fiscais responsabilizaram a Coteminas pelas irregularidades, alegando que a empresa terceirizada não tinha idoneidade financeira e pertenceria a um "gato" (fornecedor de mão de obra escrava).

Outro argumento dos fiscais é que a Coteminas não poderia ter terceirizado plantio e corte de eucalipto, porque o carvão movimenta as caldeiras da fábrica, em Blumenau, e seria uma atividade essencial no processo de fabricação.

No mesmo dia da fiscalização, a Coteminas rompeu contrato com a empresa, contratou os empregados diretamente e pagou as multas aplicadas pelo Ministério do Trabalho.

O ministério abriu um processo administrativo para apurar as infrações. Segundo o presidente da Coteminas, Josué Gomes da Silva, ela recorreu contra as autuações, mas seu recurso foi negado.

Lista negra

A punição pela condenação administrativa seria a inclusão da empresa na lista negra do trabalho escravo. Quem está na lista fica impedido de receber empréstimos públicos, além de outras retaliações.

A Coteminas entrou com ação na Justiça do Trabalho, em Blumenau, pedindo a anulação das multas sofridas e para não ser incluída na lista.

A sentença em primeira instância foi favorável à Coteminas, mas a AGU (Advocacia Geral da União) a contestou no Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina. No dia 14 de setembro, a 2ª Turma do TRT revogou a sentença, e deixou a empresa sob risco iminente de ir para a lista.

A Coteminas entrou, então, com uma ""reclamação correicional" no Tribunal Superior do Trabalho contra a decisão da 2ª Turma, e pediu que se seu nome já estiver na lista a ser divulgada em dezembro, que seja excluído dela, até que haja decisão judicial final.

A empresa disse que nunca manteve funcionários em situação análoga a de escravos e que sua inclusão na lista causaria perda em suas exportações e nas divisas para o país.

O pedido foi negado pelo corregedor-geral da Justiça do Trabalho, ministro Carlos Alberto Reis de Paula, porque ele entendeu que não cabia a reclamação correicional (que se aplica quando há abusos dos juízes e tumulto processual) e que a empresa tem outras opções de recurso.

Outro lado

O presidente da Coteminas, Josué Gomes da Silva, filho do vice-presidente da República, José Alencar, disse que a discussão judicial sobre acusação de trabalho escravo não se esgotou e que o mérito do processo ainda não foi examinado pelo TST.

Para Silva, a inclusão da Coteminas na lista negra do trabalho escravo, pelo Ministério do Trabalho, sem o julgamento final do caso pela Justiça, seria uma ""irresponsabilidade" e afetaria a imagem da empresa no exterior.

A Coteminas é o maior grupo do setor têxtil do Brasil, com 12 mil funcionários e unidades de produção nos Estados de Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Paraíba.

Comentários dos leitores
Jean Piaget (29) 12/12/2009 23h35
Jean Piaget (29) 12/12/2009 23h35
Será que a Folha vai perguntar ao Sr. José Alencar o seu pensamento sobre a decisão do "Supressor" Tribunal Federal a respeito da censura prévia judiciária da imprensa? Os brasileiros sentirão segurança de garantia da sua propriedade e da sua liberdade depois que ficou sem o direito de saber das maracutaias dos Sr. Sarney e do Sr. Lulla por decisão da instituição que existe para zelar pelos preceitos constitucionais?
Se nada for feito, seguiremos rapidamente para um golpe de estado pela via judiciária? com tudo feito na surdina para não espantar o "pato" que somos nós?
Estamos todos muito conformados com o nosso triste destino!
sem opinião
avalie fechar
Alcides Emanuelli (1968) 12/12/2009 14h45
Alcides Emanuelli (1968) 12/12/2009 14h45
A verdade que o regime que temos hoje no Brasil é de absolutista, onde a ambição dos poderosos donos do Poder é maior que a razão e que sua propria saúde.
Não tem nada a ver com a vontade do povo a vontade é deles mesmo, o José Alencar é um grande empresário e um bom politico, agora ele tem que rever seu procedimentos com referencia as suas ambições, será que não é melhor ele passear um pouco, ir para as ilhas Gregas, ou Caribe ou o Hawai, tem a Polinésia, tem Paris tambem, o mundo é belo e antes que politicos como ele e o Lula e a Dilma acabem com tudo, ele poderia conhecer a floresta Amazonica.
Bem Alencar vai para casa descansar o povo te admira mas já esta de saco cheio de tuas choradeiras sobre os juros altos, sobre a politica economica e só falar não adianta nada tem que agir e como vice Presidente tua esta mais para escudeiro do Lula do que vice mesmo.
A piada do Ano foi o Lula impor que quer escolher o nome do PMBD para vice da Dilma.
Caro Presidente Lula, será que não seria melhor fudir em uma coisa só as duas siglas: PT e PMDB, afinal tanto faz como tanto fez se são coisas tudo vai continuar no mesmo não muda nada o principal dessas duas coisas são seus interesses corporativistas e materialistas, pelo dinheiro da União.
Se fosse uma coisa só talvez que fosse o candidato não seria a Dilma poderia ser outra coisa, porque coisa por coisa a Dilma é uma coisa, o menbros do PMDB são coisas, quem não é coisa é o Senador Pedro Simon, esse sim é um gaúcho bravo de fibra
14 opiniões
avalie fechar
Luís da Velosa (1467) 12/12/2009 07h06
Luís da Velosa (1467) 12/12/2009 07h06
O vice-presidente Alencar, sempre dominando, sempre vencendo o mal. "Há mais mistérios entre o céu e a Terra do que sonha a nossa vã filosofia.", disse Shekespeare. E é verdade. Tanto é, que teremos, novamente de volta ao Senado, José Alencar. Todo esse milagre advém do poder da oração, de que tanto nos falou RUY. Todos nós, com exceção dos que têm o direito de não fazê-lo, genuflexos e contritos, oramos fervorosamente para a saúde inundar o corpo do vice-presidente Alencar. "Quando Deus quer, água fria é remédio"... Foi a alvissareira constatação. sem opinião
avalie fechar
Comente esta reportagem Veja todos os comentários (296)
Termos e condições
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página