Ministros e congressistas italianos aderem a abaixo-assinado por extradição de Battisti

Diversos ministros italianos e parlamentares aderiram hoje ao abaixo-assinado promovido pelo líder do partido governista Povo da Liberdade (PDL) no Senado, Maurizio Gasparri, pela extradição do terrorista Cesare Battisti.

O texto pede que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acate a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) a favor da solicitação da Itália, que pede o retorno do ex-militante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo para que ele cumpra a sua pena.

Preso no Brasil desde 2007, Battisti é condenado na Itália à prisão perpétua por quatro assassinatos cometidos na década de 1970. No início deste ano, ele recebeu o status de refugiado político do governo brasileiro. Contudo, na última quarta-feira, o STF deliberou pela extradição do italiano, decisão que pode ser ratificada ou não pelo presidente Lula.

Entre os parlamentares que assinaram o documento destacam-se o líder do PDL na Câmara dos Deputados, Fabrizio Cicchitto, e os vice-líderes governistas na Câmara e no Senado, Italo Bocchino e Gaetano Quagliariello.

O abaixo-assinado também recebeu a adesão dos ministros de Economia e Finanças, Giulio Tremonti, da Defesa, Ignazio La Russa, da Cultura, Sandro Bondi, e da Juventude, Giorgia Meloni.

Meloni justificou sua adesão destacando que o ex-militante de esquerda quer "dividir a opinião pública nacional e poluir o clima entre Brasil e Itália". Para a ministra, ele tenta "colocar contra não só dois governos, mas até mesmo dois povos historicamente ligados, que se estimam e se respeitam".

"Não conseguirá", enfatizou. "O governo, o Parlamento, toda a sociedade civil italiana, sem nenhuma distinção política, continuam pedindo a extradição de Battisti", complementou.

A ministra também lembrou "os familiares das vítimas que, depois de tantos anos da fuga de Battisti da prisão, ainda esperam justiça".

Battisti fugiu da Itália em 1981 e, antes de chegar ao Brasil, viveu na França e no México.