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18/11/2004
-
09h55
TATHIANA BARBAR
da Folha Online
O ex-prefeito Paulo Maluf (PP) realiza na manhã desta quinta-feira exames de rotina no coração, no hospital Sírio Libanês, Bela Vista, região central de São Paulo.
Os exames --ecocardiograma, cintilografia e dopler da carótida-- estudam e mapeiam a posição e movimentação das estruturas do coração.
Maluf chegou ao hospital por volta das 8h acompanhado de um segurança. Os exames são realizados pelo médico-cardiologista Roberto Kalil.
Indiciamento
A família Maluf é suspeita de enviar dólares para o exterior. Há duas frentes de investigação, uma na esfera criminal e outra na cível.
Na penal, Maluf e o filho Flávio já foram indiciados pela Polícia Federal sob a acusação de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, sonegação e peculato (apropriação de bem público). Ontem, Lígia Maluf e Maurílio Curi, respectivamente filha e genro do ex-prefeito, também foram indiciados pelos mesmos crimes.
No interrogatório, Lígia e Curi se reservaram o direito de só falarem na Justiça. Interrogada, a mulher do ex-prefeito, Sylvia Maluf, afirmou que não participa dos negócios da família e que apenas assina documentos a pedido do marido, sem conhecimento do seu teor.
O ato de indiciar significa que a PF acredita ter reunido indícios suficientes para o Ministério Público entrar na Justiça. A pena mínima prevista é de dez anos de prisão.
Os crimes estão relacionados à investigação sobre o envio não declarado de milhões de dólares para a Suíça --apesar de o governo brasileiro ter informações sobre movimentações da família Maluf em outros países, só a Suíça enviou documentos ao Brasil.
Caso seja condenado pela Justiça, Maluf pode ser beneficiado pela sua idade --73 anos. Uma norma do Código Penal brasileiro sobre a prescrição do crime (fim da possibilidade de punição) beneficia quem tem mais de 70 anos com prazos menores para prescrição de penas condenatórias.
Na área cível, a ação contra Maluf e outros 36 acusados é por improbidade administrativa (má gestão pública). A Promotoria pede a devolução dos US$ 446 milhões aos cofres públicos e o pagamento de uma multa equivalente a três vezes o valor.
A assessoria de Maluf informou que o ex-prefeito não tem contas no exterior e que sua mulher tem uma conta bancária na França, declarada no Imposto de Renda.
Investigações
As investigações contra o ex-prefeito começaram em junho de 2001, quando a Promotoria teria descoberto indícios da existência de ao menos US$ 200 milhões em contas bancárias de Maluf e de seus familiares em Jersey, um paraíso fiscal no canal da Mancha.
Segundo os promotores Silvio Marques e Sérgio Turra, Maluf recebeu propina de dinheiro desviado da construção da avenida Água Espraiada e do túnel Ayrton Senna, enquanto ele era prefeito (1993-1996). O esquema, afirmam, teria continuado na gestão Celso Pitta (1997-2000).
Silvio Marques disse que Maluf recebia de 20% a 30% do valor de cada obra. As duas custaram, segundo promotores, US$ 1,2 bilhão.
Segundo o promotor, a maioria do dinheiro passava pelos Estados Unidos via Banestado e seguia até a Suíça. Marques afirmou ter recebido documentos de Jersey, Estados Unidos e Suíça, que estão sob sigilo.
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Maluf realiza exames no coração em São Paulo
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da Folha Online
O ex-prefeito Paulo Maluf (PP) realiza na manhã desta quinta-feira exames de rotina no coração, no hospital Sírio Libanês, Bela Vista, região central de São Paulo.
Os exames --ecocardiograma, cintilografia e dopler da carótida-- estudam e mapeiam a posição e movimentação das estruturas do coração.
Maluf chegou ao hospital por volta das 8h acompanhado de um segurança. Os exames são realizados pelo médico-cardiologista Roberto Kalil.
Indiciamento
A família Maluf é suspeita de enviar dólares para o exterior. Há duas frentes de investigação, uma na esfera criminal e outra na cível.
Na penal, Maluf e o filho Flávio já foram indiciados pela Polícia Federal sob a acusação de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, sonegação e peculato (apropriação de bem público). Ontem, Lígia Maluf e Maurílio Curi, respectivamente filha e genro do ex-prefeito, também foram indiciados pelos mesmos crimes.
No interrogatório, Lígia e Curi se reservaram o direito de só falarem na Justiça. Interrogada, a mulher do ex-prefeito, Sylvia Maluf, afirmou que não participa dos negócios da família e que apenas assina documentos a pedido do marido, sem conhecimento do seu teor.
O ato de indiciar significa que a PF acredita ter reunido indícios suficientes para o Ministério Público entrar na Justiça. A pena mínima prevista é de dez anos de prisão.
Os crimes estão relacionados à investigação sobre o envio não declarado de milhões de dólares para a Suíça --apesar de o governo brasileiro ter informações sobre movimentações da família Maluf em outros países, só a Suíça enviou documentos ao Brasil.
Caso seja condenado pela Justiça, Maluf pode ser beneficiado pela sua idade --73 anos. Uma norma do Código Penal brasileiro sobre a prescrição do crime (fim da possibilidade de punição) beneficia quem tem mais de 70 anos com prazos menores para prescrição de penas condenatórias.
Na área cível, a ação contra Maluf e outros 36 acusados é por improbidade administrativa (má gestão pública). A Promotoria pede a devolução dos US$ 446 milhões aos cofres públicos e o pagamento de uma multa equivalente a três vezes o valor.
A assessoria de Maluf informou que o ex-prefeito não tem contas no exterior e que sua mulher tem uma conta bancária na França, declarada no Imposto de Renda.
Investigações
As investigações contra o ex-prefeito começaram em junho de 2001, quando a Promotoria teria descoberto indícios da existência de ao menos US$ 200 milhões em contas bancárias de Maluf e de seus familiares em Jersey, um paraíso fiscal no canal da Mancha.
Segundo os promotores Silvio Marques e Sérgio Turra, Maluf recebeu propina de dinheiro desviado da construção da avenida Água Espraiada e do túnel Ayrton Senna, enquanto ele era prefeito (1993-1996). O esquema, afirmam, teria continuado na gestão Celso Pitta (1997-2000).
Silvio Marques disse que Maluf recebia de 20% a 30% do valor de cada obra. As duas custaram, segundo promotores, US$ 1,2 bilhão.
Segundo o promotor, a maioria do dinheiro passava pelos Estados Unidos via Banestado e seguia até a Suíça. Marques afirmou ter recebido documentos de Jersey, Estados Unidos e Suíça, que estão sob sigilo.
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