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19/11/2004
-
20h55
HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Ponta Porã (MS)
O juiz Julier Sebastião da Silva disse hoje que o ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro, 53, após ser extraditado do Uruguai para o Brasil, ficará em uma ala comandada e vigiada pela PF (Polícia Federal) no presídio de Pascoal Ramos em Cuiabá (MT).
Ontem Silva, que é da 1ª Vara Federal em Mato Grosso, recebeu a informação da Embaixada do Brasil no Uruguai de que a Justiça daquele país decidiu extraditar Arcanjo.
Preso desde abril de 2003 por uso de documento falso em Montevidéu, Arcanjo foi condenou por Silva em dezembro de 2003 a 37 anos de prisão por lavagem de dinheiro, formação de organização criminosa e crime contra o sistema financeiro.
Silva afirmou Arcanjo será interrogado no Brasil sobre todas as acusações contra ele, inclusive financiamento de campanha do PSDB em Mato Grosso com dinheiro do crime organizado. A acusação partiu do ex-gerente de Arcanjo, Nilson Roberto Teixeira. O partido nega.
A ala federal que abrigará Arcanjo foi construída dentro do presídio estadual de Cuiabá. O Ministério da Justiça gastou R$ 1,3 milhão na estrutura, que poderá abrigar até 36 presos.
Segundo Silva, as paredes da ala têm chapas de aço e os presos serão divididos em grupos de até seis pessoas, sem contato com os demais.
Um delegado da PF vai administrar a ala. A Polícia Militar fará apenas a vigilância externa. Até a contratação de agentes penitenciários federais, a PF tomará conta dos presos.
O Ministério da Justiça deve, segundo o juiz, instalar uma sistema eletrônico de vigilância.
Conhecido como comendador, Arcanjo já havia sido condenado a sete anos de prisão por porte ilegal e contrabando de armas no início de 2003. Ele é acusado ainda de ser o mandante de aos menos cinco assassinatos.
Segundo o Ministério Público Estadual, Arcanjo mandou matar em setembro de 2002 o empresário Sávio Brandão, então dono do jornal "Folha do Estado" que publicava reportagens contra o crime organizado.
A reportagem não conseguiu falar com os advogados de Arcanjo. Anteriormente, eles haviam negado que ele tivesse ligação com o crime organizado.
Diplomacia
A Embaixada do Brasil no Uruguai informou que a defesa de Arcanjo, após a notificação, terá 15 dias para interpor recurso contra a extradição, que deverá ser julgado pela Suprema Corte de Justicia --o paralelo no Uruguai ao Supremo Tribunal Federal no Brasil.
Juiz diz que Arcanjo ficará preso em ala vigiada pela PF em MT
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da Agência Folha, em Ponta Porã (MS)
O juiz Julier Sebastião da Silva disse hoje que o ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro, 53, após ser extraditado do Uruguai para o Brasil, ficará em uma ala comandada e vigiada pela PF (Polícia Federal) no presídio de Pascoal Ramos em Cuiabá (MT).
Ontem Silva, que é da 1ª Vara Federal em Mato Grosso, recebeu a informação da Embaixada do Brasil no Uruguai de que a Justiça daquele país decidiu extraditar Arcanjo.
Preso desde abril de 2003 por uso de documento falso em Montevidéu, Arcanjo foi condenou por Silva em dezembro de 2003 a 37 anos de prisão por lavagem de dinheiro, formação de organização criminosa e crime contra o sistema financeiro.
Silva afirmou Arcanjo será interrogado no Brasil sobre todas as acusações contra ele, inclusive financiamento de campanha do PSDB em Mato Grosso com dinheiro do crime organizado. A acusação partiu do ex-gerente de Arcanjo, Nilson Roberto Teixeira. O partido nega.
A ala federal que abrigará Arcanjo foi construída dentro do presídio estadual de Cuiabá. O Ministério da Justiça gastou R$ 1,3 milhão na estrutura, que poderá abrigar até 36 presos.
Segundo Silva, as paredes da ala têm chapas de aço e os presos serão divididos em grupos de até seis pessoas, sem contato com os demais.
Um delegado da PF vai administrar a ala. A Polícia Militar fará apenas a vigilância externa. Até a contratação de agentes penitenciários federais, a PF tomará conta dos presos.
O Ministério da Justiça deve, segundo o juiz, instalar uma sistema eletrônico de vigilância.
Conhecido como comendador, Arcanjo já havia sido condenado a sete anos de prisão por porte ilegal e contrabando de armas no início de 2003. Ele é acusado ainda de ser o mandante de aos menos cinco assassinatos.
Segundo o Ministério Público Estadual, Arcanjo mandou matar em setembro de 2002 o empresário Sávio Brandão, então dono do jornal "Folha do Estado" que publicava reportagens contra o crime organizado.
A reportagem não conseguiu falar com os advogados de Arcanjo. Anteriormente, eles haviam negado que ele tivesse ligação com o crime organizado.
Diplomacia
A Embaixada do Brasil no Uruguai informou que a defesa de Arcanjo, após a notificação, terá 15 dias para interpor recurso contra a extradição, que deverá ser julgado pela Suprema Corte de Justicia --o paralelo no Uruguai ao Supremo Tribunal Federal no Brasil.
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