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09/12/2004 - 21h06

Fazendeiro e mais 14 são indiciados por chacina e têm prisão preventiva solicitada

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PAULO PEIXOTO
THIAGO GUIMARÃES
da Agência Folha, em Belo Horizonte

Já está em poder da juíza Célia Maria Andrade Freitas Corrêa, da comarca de Jequitinhonha, o inquérito da Polícia Civil de Minas Gerais que indicia o fazendeiro Adriano Chafik Luedy e mais 14 pessoas, suspeitos de homicídio qualificado e tentativa de homicídio na chacina contra sem-terra em 20 de novembro passado, na cidade de Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha.

Luedy é apontado pela polícia como o autor "intelectual e direto" da chacina, que resultou na morte de cinco sem-terra e ferimentos à bala em outros 13. Para a polícia, o crime foi premeditado. O fazendeiro teria contratado quase todos os envolvidos na cidade baiana de Itajuípe --onde ele possui outras propriedades rurais-- para cometer o crime no acampamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

O inquérito foi entregue pelo delegado Wagner Pinto na noite de ontem, segundo o delegado Elcides Guimarães, chefe da Divisão de Crimes contra a Vida da Polícia Civil, que afirmou que acompanham o inquérito pedidos de prisão preventiva para os 15 indiciados.

O promotor Gabriel Pereira de Mendonça disse que não vai requerer novas diligências, devendo apresentar a denúncia em até cinco dias após receber o inquérito, que tem cerca de 800 páginas. Mendonça disse que vai estudar se caberá também denúncia por formação de quadrilha. O delegado Guimarães não soube dizer se o inquérito contempla também este crime.

Luedy e mais quatro pessoas continuam presas em presídios da região metropolitana de Belo Horizonte. Outros indiciados estão foragidos, como Calixto Luedy Filho, parente do fazendeiro, suspeito também de ser um dos mentores da chacina.

A polícia ainda espera a conclusão de mais laudos técnicos para anexar ao processo, como os dos exames de balística, que confrontam as balas retiradas dos corpos das vítimas com os canos das armas encontradas pela polícia.

Por enquanto, os exames da perícia concluíram que ao menos cinco das 12 armas encontradas foram usadas na chacina. As armas (escopetas, revólveres, carabinas e uma pistola) foram encontradas dentro de uma sacola, que estava escondida em uma área de difícil acesso da fazenda de Luedy em Felisburgo. Havia também cerca de 200 munições. Foi o gerente da fazenda quem mostrou o local à polícia.

A Folha não conseguiu falar hoje com o advogado de Luedy, Antônio Francisco Patente. O telefone celular dele estava desligado e o fixo não foi atendido.
 

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