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12/12/2004
-
19h40
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
O PMDB está fora da base governista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e terá candidato próprio à presidência da República em 2006. A decisão foi tomada neste domingo, durante a convenção nacional do partido. Os governistas, no entanto, já sinalizaram que irão à Justiça contra a decisão.
Dos 396 votos da convenção, 386 foram favoráveis ao desligamento da base do governo e à entrega dos cargos hoje ocupados pelos peemedebistas.
Durante todo o dia, a convenção esteve embargada em razão de uma liminar concedida pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal, no sábado, às 23h45, que determinava o cancelamento da convenção. Essa liminar só foi cassada no final da tarde de hoje.
Mesmo assim, a convenção ocorreu. Segundo o presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), caso a liminar não fosse cassada, o resultado da convenção serviria como um indicativo da intenção do PMDB para o futuro.
Em votação simbólica, foi aprovada ainda uma moção que determina o afastamento do partido das pessoas que participam do governo Lula. A Executiva Nacional já havia determinado que os cargos ocupados fossem entregues.
Críticas
Atualmente, o PMDB ocupa dois ministérios, o das Comunicações, com Eunício Oliveira, e o da Previdência, com Amir Lando, além de vários cargos de segundo e terceiro escalões, como a presidência do INSS. Segundo o ministro Eunício Oliveira, a decisão da convenção é prejudicial ao partido.
'Lamentavelmente, eu não vejo nenhum companheiro nosso e condição de fazer uma disputa competitiva para a presidência da República', avaliou o ministro das Comunicações.
O governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, lamentou que a Convenção tenha sido prejudicada pelas disputas legais e lembrou que, apesar de o resultado agora ter respaldo legal, isso não significa que as determinações serão cumpridas. 'Com ou sem a legalidade da convenção, eles não iriam deixar os cargos mesmo', disse.
A convenção aprovou todos os itens em pauta. Além do afastamento do partido do governo e o lançamento de candidatura própria para 2006, os peemedebistas também aprovaram o fechamento de questão nas decisões da executiva.
Isso significa que os integrantes do partido serão obrigados a votar de acordo com a decisão da Executiva, independentemente de suas posições pessoais, sob pena de punição.
O quarto item que seria discutido, a mudança do nome da legenda de PMDB para MDB, foi derrubado em comum acordo pelos diretórios regionais.
Dos 27 diretórios regionais do país --26 Estados mais Distrito Federal--, apenas cinco não mandaram representantes, os comandados por governistas: Alagoas (Renan Calheiros), Paraíba (Ney Suassuna), Mato Grosso (Carlos Bezerra), Rondônia (Amir Lando) e Rio Grande do Norte (Henrique Eduardo Alves).
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o governo Lula
Leia o que já foi publicado sobre a convenção do PMDB
PMDB decide deixar base governista do governo Lula
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da Folha Online, em Brasília
O PMDB está fora da base governista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e terá candidato próprio à presidência da República em 2006. A decisão foi tomada neste domingo, durante a convenção nacional do partido. Os governistas, no entanto, já sinalizaram que irão à Justiça contra a decisão.
Dos 396 votos da convenção, 386 foram favoráveis ao desligamento da base do governo e à entrega dos cargos hoje ocupados pelos peemedebistas.
Durante todo o dia, a convenção esteve embargada em razão de uma liminar concedida pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal, no sábado, às 23h45, que determinava o cancelamento da convenção. Essa liminar só foi cassada no final da tarde de hoje.
Mesmo assim, a convenção ocorreu. Segundo o presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), caso a liminar não fosse cassada, o resultado da convenção serviria como um indicativo da intenção do PMDB para o futuro.
Em votação simbólica, foi aprovada ainda uma moção que determina o afastamento do partido das pessoas que participam do governo Lula. A Executiva Nacional já havia determinado que os cargos ocupados fossem entregues.
Críticas
Atualmente, o PMDB ocupa dois ministérios, o das Comunicações, com Eunício Oliveira, e o da Previdência, com Amir Lando, além de vários cargos de segundo e terceiro escalões, como a presidência do INSS. Segundo o ministro Eunício Oliveira, a decisão da convenção é prejudicial ao partido.
'Lamentavelmente, eu não vejo nenhum companheiro nosso e condição de fazer uma disputa competitiva para a presidência da República', avaliou o ministro das Comunicações.
O governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, lamentou que a Convenção tenha sido prejudicada pelas disputas legais e lembrou que, apesar de o resultado agora ter respaldo legal, isso não significa que as determinações serão cumpridas. 'Com ou sem a legalidade da convenção, eles não iriam deixar os cargos mesmo', disse.
A convenção aprovou todos os itens em pauta. Além do afastamento do partido do governo e o lançamento de candidatura própria para 2006, os peemedebistas também aprovaram o fechamento de questão nas decisões da executiva.
Isso significa que os integrantes do partido serão obrigados a votar de acordo com a decisão da Executiva, independentemente de suas posições pessoais, sob pena de punição.
O quarto item que seria discutido, a mudança do nome da legenda de PMDB para MDB, foi derrubado em comum acordo pelos diretórios regionais.
Dos 27 diretórios regionais do país --26 Estados mais Distrito Federal--, apenas cinco não mandaram representantes, os comandados por governistas: Alagoas (Renan Calheiros), Paraíba (Ney Suassuna), Mato Grosso (Carlos Bezerra), Rondônia (Amir Lando) e Rio Grande do Norte (Henrique Eduardo Alves).
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