Dipp diz que imagens de corrupção no DF são chocantes e não há espaço para impunidade

O corregedor do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ministro Gilson Dipp, afirmou nesta segunda-feira que as cenas gravadas por Durval Barbosa, ex-secretário do governo do Distrito Federal, denunciando o mensalão do DEM, são "chocantes e sensibilizam".

O governador José Roberto Arruda (DEM) e o vice, Paulo Octavio (DEM), são suspeitos de participarem diretamente do esquema de pagamento de propina a aliados no DF.

"Temos que apurar, não acredito que haja espaço para a impunidade, o que pode haver é espaço para a morosidade, faz parte do sistema", disse Dipp durante a abertura da Semana Nacional da Conciliação, em São Paulo.

O ministro defendeu ainda ações de improbidade mais práticas e efetivas. E criticou o excesso de recursos que, para ele, não beneficiam nem a ampla defesa do acusado.

"Esse sistema pode ser simplificado para que tenhamos decisões mais sérias, seja para condenar ou absolver. A sensação do população é de uma Justiça omissa. Temos que ser rígidos e não sermos complacentes. Todos devem ter o amplo direito de defesa, mas não vamos fazer disso uma complacência."

O corregedor defendeu ainda um Judiciário mais atuante e modificações legislativas. "Nosso sistema é permissivo, a Constituição dá espaço para que pessoas respondam a penas de prisão para crimes graves ou que tramitam em julgado."

Dipp ainda saiu em defesa do Ministério Público. "Acho que o Ministério Público é essencial para a investigação criminal."