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16/12/2004 - 21h41

PF inicia perícia em papéis queimados na Bahia

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LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador

No mesmo dia em que uma comissão de deputados federais solicitou do comando da Base Aérea de Salvador uma explicação para a queima de documentos da época da ditadura, agentes da Polícia Federal iniciaram hoje uma perícia nos arquivos encontrados em uma área isolada --a maioria das anotações, em folhas datilografadas, está rasgada e parcialmente queimada.

O pedido de perícia foi feito pelo brigadeiro Ramon Borges Cardoso, indicado pelo Ministério da Defesa para presidir o IPM (Inquérito Policial Militar) aberto para apurar os responsáveis pela destruição de alguns documentos considerados reservados, secretos, sigilosos e ultra-secretos. De acordo com o Setor de Comunicação Social da Aeronáutica, o IPM, que vai correr em sigilo, deverá ser concluído em 40 dias.

Três peritos que trabalham no Departamento Técnico da PF de Salvador estiveram no local onde os documentos foram queimados e iniciaram a catalogação dos arquivos. Os policiais também recolheram objetos que estavam próximos da área --pedaços de pau, algumas latas e papel-- que poderão ser úteis na identificação de eventuais impressões digitais.

A denúncia da queima dos documentos da ditadura na Base Aérea de Salvador foi feita pelo "Fantástico", da Rede Globo, no último domingo. O brigadeiro Cardoso concluiu hoje à tarde a montagem de sua equipe de investigação --cinco homens que trabalham na própria Base. A intenção de Cardoso é ouvir, em grupos, todas as pessoas que trabalham no local.

Desde a denúncia, o acesso à Base Aérea de Salvador somente é permitido para funcionários, policiais federais, representantes da Aeronáutica e parlamentares --desde que façam a solicitação com antecedência.

O deputado federal Daniel Almeida (PC do B-BA), que apresentou o requerimento à Comissão de Direitos Humanos da Câmara pedindo uma vistoria na Base Aérea de Salvador, disse que os responsáveis pela queima dos documentos precisam ser punidos. "Nós também queremos evitar que sejam destruídos outros documentos que contam uma parte importante da história do Brasil."

Por determinação da Aeronáutica, o comandante da Base Aérea de Salvador, Narcelio Ramos Ribeiro, está proibido de fazer qualquer declaração pública sobre os documentos queimados.

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