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21/12/2004
-
17h15
da Folha Online
da France Presse, em Assunção
Em documento divulgado hoje, a Academia Paraguaia de História pediu ao governo brasileiro a abertura dos arquivos secretos da Guerra da Tríplice Aliança (Argentina, Brasil e Uruguai).
"Assim como os brasileiros tiveram acesso ilimitado aos arquivos paraguaios, Brasília deveria, em contrapartida, permitir que o Paraguai conheça a documentação que os brasileiros mantêm em segredo sobre os acontecimentos do confronto chamado de Guerra do Paraguai (1864-1870)", enfatizou o documento, assinado pelo titular da Academia, Washington Ashwell.
Resposta
O pronunciamento é uma reação às recentes publicações no Brasil que dão conta da decisão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva de manter em "sigilo eterno" os arquivos da guerra devido às repercussões que poderiam ter entre os paraguaios.
O arquivo incluiria documentos relativos à demarcação de fronteiras ao final do conflito. Autoridades brasileiras da época teriam subornado árbitros que demarcaram fronteiras, subtraindo território do Paraguai. Na época, a Argentina, aliada do Brasil, também teria usado o expediente e se beneficiado dele, relatam documentos secretos. Acredita-se que no confronto tenham morrido um milhão de paraguaios.
Sob o título de "O Estudo da História e a Divulgação de suas Fontes", o órgão paraguaio qualificou de equivocado o argumento de que a divulgação desses arquivos poderia prejudicar "o bom entendimento e o sólido espírito de cooperação em marcha no Mercosul".
"Ao contrário, a divulgação traria maior transparência e solidez através do espírito de sinceridade (...). Sua divulgação servirá ainda para corroborar, retificar ou desautorizar opiniões e afirmações correntes a respeito dessa fatídica guerra. Isso sim seria de grande utilidade", destacou o manifesto. "O objetivo da investigação histórica é a busca pela verdade... para isso, nada mais útil que o testemunho dos documentos. A história não se oculta, nem deve ser ocultada. Na verdade, não pode ser ocultada. Os fatos históricos também não detêm ou determinam o inexorável curso do futuro dos povos", ressaltou, ainda, o documento.
Contrapartida
De acordo com o texto, os historiadores brasileiros têm tido acesso "aberto e ilimitado" aos arquivos paraguaios da época, independente do tema que estejam estudando. "Nós saudaríamos com aplauso e reconhecimento o dia em que os historiadores paraguaios possam ter igual acesso a esta documentação", reforçou a academia.
Recentes revisões sobre culpas e excessos de ambas as partes mostra a historiografia oficial da Guerra do Paraguai com duas fases.
A primeira, dominada pela versão dos vencedores (Brasil, Argentina e Uruguai), que dizia que o ditador Solano López tinha planos expansionistas a partir da bacia do rio da Prata e que foi esmagado ao agredir seus vizinhos. No fim do século 20, um revisionismo considerou o Paraguai vítima dos vizinhos e do Reino Unido, interessados em destruir uma emergente potência industrial. Ambas as versões são contestadas.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Guerra do Paraguai
Leia o que já foi publicado sobre a abertura dos arquivos
Paraguai pede ao Brasil abertura dos arquivos da guerra
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da France Presse, em Assunção
Em documento divulgado hoje, a Academia Paraguaia de História pediu ao governo brasileiro a abertura dos arquivos secretos da Guerra da Tríplice Aliança (Argentina, Brasil e Uruguai).
"Assim como os brasileiros tiveram acesso ilimitado aos arquivos paraguaios, Brasília deveria, em contrapartida, permitir que o Paraguai conheça a documentação que os brasileiros mantêm em segredo sobre os acontecimentos do confronto chamado de Guerra do Paraguai (1864-1870)", enfatizou o documento, assinado pelo titular da Academia, Washington Ashwell.
Resposta
O pronunciamento é uma reação às recentes publicações no Brasil que dão conta da decisão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva de manter em "sigilo eterno" os arquivos da guerra devido às repercussões que poderiam ter entre os paraguaios.
O arquivo incluiria documentos relativos à demarcação de fronteiras ao final do conflito. Autoridades brasileiras da época teriam subornado árbitros que demarcaram fronteiras, subtraindo território do Paraguai. Na época, a Argentina, aliada do Brasil, também teria usado o expediente e se beneficiado dele, relatam documentos secretos. Acredita-se que no confronto tenham morrido um milhão de paraguaios.
Sob o título de "O Estudo da História e a Divulgação de suas Fontes", o órgão paraguaio qualificou de equivocado o argumento de que a divulgação desses arquivos poderia prejudicar "o bom entendimento e o sólido espírito de cooperação em marcha no Mercosul".
"Ao contrário, a divulgação traria maior transparência e solidez através do espírito de sinceridade (...). Sua divulgação servirá ainda para corroborar, retificar ou desautorizar opiniões e afirmações correntes a respeito dessa fatídica guerra. Isso sim seria de grande utilidade", destacou o manifesto. "O objetivo da investigação histórica é a busca pela verdade... para isso, nada mais útil que o testemunho dos documentos. A história não se oculta, nem deve ser ocultada. Na verdade, não pode ser ocultada. Os fatos históricos também não detêm ou determinam o inexorável curso do futuro dos povos", ressaltou, ainda, o documento.
Contrapartida
De acordo com o texto, os historiadores brasileiros têm tido acesso "aberto e ilimitado" aos arquivos paraguaios da época, independente do tema que estejam estudando. "Nós saudaríamos com aplauso e reconhecimento o dia em que os historiadores paraguaios possam ter igual acesso a esta documentação", reforçou a academia.
Recentes revisões sobre culpas e excessos de ambas as partes mostra a historiografia oficial da Guerra do Paraguai com duas fases.
A primeira, dominada pela versão dos vencedores (Brasil, Argentina e Uruguai), que dizia que o ditador Solano López tinha planos expansionistas a partir da bacia do rio da Prata e que foi esmagado ao agredir seus vizinhos. No fim do século 20, um revisionismo considerou o Paraguai vítima dos vizinhos e do Reino Unido, interessados em destruir uma emergente potência industrial. Ambas as versões são contestadas.
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