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05/01/2005
-
09h22
da Folha de S.Paulo
O PSDB não "vai engolir facilmente" a derrota imposta pelo PT ao prefeito de São Paulo, José Serra, na eleição do presidente da Câmara Municipal. Secretário-geral do partido, o deputado Bismarck Maia (CE) cobra do governo federal "uma sinalização de boa vontade administrativa" para São Paulo, uma "prova de que o PT não vai prejudicar os tucanos".
Segundo Bismarck, "tem muita coisa em São Paulo que precisa ser negociada. E o governo tem que dar uma demonstração de que vai ajudar São Paulo".
O líder do PSDB na Câmara, Custódio Mattos (MG), jura que o PSDB não exigirá o apoio como condição para o voto em Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) para a presidência da Câmara, mas admite: "Ajuda muito".
"Esperamos que se crie um clima propício para que Serra tenha condições de governar", disse Custódio, reconhecendo que gestos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como a crítica ao PT de São Paulo, pavimentam "um clima de convivência de alto nível do governo federal com Serra".
Bismarck afirma que os "tucanos cansaram de ser os bonzinhos". E por isso o governo federal precisa mostrar que não concorda com a filosofia petista da "greve do dia, o "paredón" do dia".
Custódio também defende uma resposta ao PSDB, mas que não contrarie o conceito do partido de respeito à proporcionalidade na mesa do Legislativo. Outro cuidado, diz, "é não servir de instrumento de petistas interessados em desestabilizar a candidatura de Greenhalgh".
Prejuízo
Dentro do PSDB, há uma suspeita de que parte do PT de São Paulo tenha se oposto a Serra --votando no dissidente Roberto Tripoli (PSDB) para a presidência da Câmara Municipal-- para prejudicar Greenhalgh. Sua derrota impediria que outro petista de São Paulo ganhasse evidência dois anos antes da eleição.
Funcionou. O próprio Serra tem dito a interlocutores que Greenhalgh --de quem é amigo-- será prejudicado. O vice-presidente do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG), explica: "Greenhalgh não terá o apoio explícito do PSDB num momento de tempestade, em que enfrenta resistência do próprio PT e da base".
E, na Câmara, Greenhalgh tem maior trânsito no PSDB do que em partidos da base com grande concentração de ruralistas, como PP e PMDB. Apesar de São Paulo, o PSDB deverá respeitar o "princípio da proporcionalidade", apoiando o PT. Além de Serra, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, alega que "a Mesa não deve ser objeto de luta política".
Para Alckmin, é necessário "parar com essa disputa política, que não tem nenhum sentido, que são, às vezes, questões até de natureza pessoal". Segundo o governador, a luta política se dá no plenário, não na composição da Mesa. "Não devemos misturar as coisas", recomenda Alckmin, que, em março, espera ver um tucano na presidência da Assembléia Legislativa de São Paulo.
O chefe da Casa Civil do governo do Estado, Arnaldo Madeira, concorda "que uma coisa não tem nada a ver com a outra". "Foi o Genoino que misturou as coisas, condenando o PT com medo de prejudicar Greenhalgh", diz Madeira, referindo-se ao presidente nacional do PT, José Genoino.
Segundo Custódio, o PSDB se reunirá com Greenhalgh nos próximos dias para compatibilizar o respeito à proporcionalidade à necessidade de reagir ao PT. A opinião de Serra e do PSDB de São Paulo, avisou Custódio, será encarada como prioritária.
Enquanto isso, Greenhalgh e o também petista Virgílio Guimarães (MG) disputam os votos dos deputados. Na virada do ano, os dois telefonaram para parlamentares de oposição. Greenhalgh chegou a fazer ligações às 23h do dia 31 de dezembro.
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Leia o que já foi publicado sobre a eleição na Câmara Municipal de São Paulo
Após derrota em SP, PSDB cobra boa vontade de Lula
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O PSDB não "vai engolir facilmente" a derrota imposta pelo PT ao prefeito de São Paulo, José Serra, na eleição do presidente da Câmara Municipal. Secretário-geral do partido, o deputado Bismarck Maia (CE) cobra do governo federal "uma sinalização de boa vontade administrativa" para São Paulo, uma "prova de que o PT não vai prejudicar os tucanos".
Segundo Bismarck, "tem muita coisa em São Paulo que precisa ser negociada. E o governo tem que dar uma demonstração de que vai ajudar São Paulo".
O líder do PSDB na Câmara, Custódio Mattos (MG), jura que o PSDB não exigirá o apoio como condição para o voto em Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) para a presidência da Câmara, mas admite: "Ajuda muito".
"Esperamos que se crie um clima propício para que Serra tenha condições de governar", disse Custódio, reconhecendo que gestos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como a crítica ao PT de São Paulo, pavimentam "um clima de convivência de alto nível do governo federal com Serra".
Bismarck afirma que os "tucanos cansaram de ser os bonzinhos". E por isso o governo federal precisa mostrar que não concorda com a filosofia petista da "greve do dia, o "paredón" do dia".
Custódio também defende uma resposta ao PSDB, mas que não contrarie o conceito do partido de respeito à proporcionalidade na mesa do Legislativo. Outro cuidado, diz, "é não servir de instrumento de petistas interessados em desestabilizar a candidatura de Greenhalgh".
Prejuízo
Dentro do PSDB, há uma suspeita de que parte do PT de São Paulo tenha se oposto a Serra --votando no dissidente Roberto Tripoli (PSDB) para a presidência da Câmara Municipal-- para prejudicar Greenhalgh. Sua derrota impediria que outro petista de São Paulo ganhasse evidência dois anos antes da eleição.
Funcionou. O próprio Serra tem dito a interlocutores que Greenhalgh --de quem é amigo-- será prejudicado. O vice-presidente do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG), explica: "Greenhalgh não terá o apoio explícito do PSDB num momento de tempestade, em que enfrenta resistência do próprio PT e da base".
E, na Câmara, Greenhalgh tem maior trânsito no PSDB do que em partidos da base com grande concentração de ruralistas, como PP e PMDB. Apesar de São Paulo, o PSDB deverá respeitar o "princípio da proporcionalidade", apoiando o PT. Além de Serra, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, alega que "a Mesa não deve ser objeto de luta política".
Para Alckmin, é necessário "parar com essa disputa política, que não tem nenhum sentido, que são, às vezes, questões até de natureza pessoal". Segundo o governador, a luta política se dá no plenário, não na composição da Mesa. "Não devemos misturar as coisas", recomenda Alckmin, que, em março, espera ver um tucano na presidência da Assembléia Legislativa de São Paulo.
O chefe da Casa Civil do governo do Estado, Arnaldo Madeira, concorda "que uma coisa não tem nada a ver com a outra". "Foi o Genoino que misturou as coisas, condenando o PT com medo de prejudicar Greenhalgh", diz Madeira, referindo-se ao presidente nacional do PT, José Genoino.
Segundo Custódio, o PSDB se reunirá com Greenhalgh nos próximos dias para compatibilizar o respeito à proporcionalidade à necessidade de reagir ao PT. A opinião de Serra e do PSDB de São Paulo, avisou Custódio, será encarada como prioritária.
Enquanto isso, Greenhalgh e o também petista Virgílio Guimarães (MG) disputam os votos dos deputados. Na virada do ano, os dois telefonaram para parlamentares de oposição. Greenhalgh chegou a fazer ligações às 23h do dia 31 de dezembro.
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