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09/01/2005 - 09h15

Reforma ministerial deve ser concluída até o fim da semana que vem

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KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve começar nesta semana as conversas decisivas com aliados e membros do governo a respeito da reforma ministerial. A intenção é fazer as trocas até o fim da semana que vem, dependendo da evolução das articulações.

Por ora, Lula permanece muito fechado. Deixou escapar poucas decisões de fato, como a de dar ao PMDB um ministério mais robusto em termos de cargos e verbas do que os dois atuais (Previdência e Comunicações) e de, finalmente, integrar o PP ao primeiro escalão.

Nesse contexto, espera-se a demissão de ministros petistas, para dar lugar aos aliados e fortalecer a idéia de um governo de coalizão. A intenção do presidente é solidificar pactos com outros partidos para que apóiem a sua reeleição no ano que vem.

O corte de petistas do primeiro escalão dependerá dos cenários que Lula tem estudado. O presidente abordou genericamente o assunto em reuniões mais amplas do governo e deu início a algumas conversas mais reservadas, com um ou dois interlocutores apenas, nas quais mais escuta do que fala. Interlocutores saem com a impressão de que Lula pode e deseja surpreender.

Cenários

Algumas pistas dadas pelo presidente. O PMDB deverá continuar com dois ministérios, mas a Integração Nacional ou as Cidades poderão substituir uma das atuais pastas. O presidente deverá ter uma conversa com Ciro Gomes, hoje na Integração Nacional.

Lula gostaria de dar a vaga ao PMDB, até porque tem demonstrado dificuldade para demitir Olívio Dutra (Cidades). Para Ciro, poderia ser oferecida a Previdência. O presidente gosta do ministro atual, o peemedebista Amir Lando, mas acha que ele não tem o perfil "brigão" para enfrentar sonegadores. Ciro teria e poderia se sair bem na função.

Uma outra possibilidade para Ciro seria a Saúde, hoje chefiada pelo petista Humberto Costa. Há complicadores para isso, porque o PT reagiria à entrega da pasta da área social com mais verbas a um estranho no ninho.

Os nomes mais cotados hoje no PMDB para o novo posto do partido são o do atual ministro das Comunicações, o deputado federal licenciado Eunício Oliveira (CE), e o do senador Romero Jucá (RO), relator do Orçamento 2005, que ganhou pontos com Lula.

A nomeação da senadora Roseana Sarney (licenciada do PFL-MA) para o ministério já foi uma possibilidade maior, apesar de não estar descartada. Lula não gostou de ela ter esnobado a opção de ser ministra do Planejamento e de ter vazado que deseja Cidades. Acha que essa segunda pasta é muito para alguém que ajudará a somar ao governo cerca de seis votos no Senado.

Seria mais provável ela ser ministra das Comunicações ou de uma pasta com menor peso em termos de cargos e verbas. A razão de sua nomeação seria compensar o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que viu ruir o sonho de se reeleger para o cargo e que agora apóia o líder peemedebista na Casa, Renan Calheiros (AL), para sucedê-lo.

Para o Planejamento, o desejo de Lula é nomear alguém com perfil de bom executivo. O interino Nelson Machado tem chance remota de ser efetivado. Por ora, nomes aventados são o do deputado federal Paulo Bernardo (PT-PR), experiente executivo afinado com Palocci e membro da cúpula petista, e o do ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia (PTB), ex-secretário de Planejamento de Minas Gerais.

Contra Bernardo pesa o fato de ser petista na hora em que Lula precisa cortar vagas de seu próprio partido. Contra Mares Guia, o desejo do PTB de que continue no Turismo, onde distribui emendas. No Planejamento, cortaria verbas, argumenta o presidente do partido, Roberto Jefferson (RJ). Essa é uma escolha na qual o presidente pode surpreender, dizem auxiliares.

Do PP, o nome acertado com Lula para o ministério é o do líder do partido na Câmara, Pedro Henry (MT). A pasta mais provável é a dos Esportes, atualmente com Agnelo Queiroz (PC do B-DF). Essa troca reforçaria o argumento de Lula para manter Aldo Rebelo, também do PC do B, na Coordenação Política.

Duas pastas para um partido pequeno e cuja bancada vive criando dificuldades para o governo seriam demais.

O PT, porém, ainda não desistiu de tentar derrubar Aldo. Agora, é o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), que cobiça o posto. João Paulo, cujo sonho de reeleição também não se concretizou, pode ainda ter um cargo importante na Câmara, como líder do governo na Casa.

Especial
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