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16/12/2009 - 12h05

Trezza toma posse como diretor-geral e defende controle externo da Abin

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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O novo diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Wilson Trezza, disse nesta quarta-feira que a crise que atingiu a agência no ano passado acabou em "vitória" porque permitiu o crescimento da instituição.

Ao ser empossado hoje no cargo após um ano ocupando interinamente a função, Trezza disse que a crise na Abin lançou dúvidas sobre a "lisura" dos profissionais dei inteligência e resultou em perdas para a entidade, mas negou a existência de ilegalidades no serviço de inteligência brasileiro.

"A gestão que se efetiva foi iniciada há um ano e quatro meses. Tempo de percalço e lutas, mas de vitórias para mim e profissionais de inteligência. A agência viu-se em crise, lançando dúvidas sobre a lisura dos profissionais de inteligência. O episódio nos provocou sérias perdas, como exoneração do diretor-geral e outros profissionais, além da inapropriada exploração pública dos órgãos de inteligência. Finalmente, a participação da Abin foi objeto do Ministério Público, que entendeu não haver ilegalidade na atuação dos nossos servidores", afirmou.

Trezza ocupava interinamente a diretoria-geral da Abin há um ano, desde que o ex-diretor Paulo Lacerda acabou afastado do cargo após denúncias de irregularidades na Operação Satiagraha, da Polícia Federal.

A crise, em 2008, resultou no afastamento de Lacerda do cargo após denúncias de que autoridades dos Três Poderes teriam sido alvo de escutas telefônicas ilegais --entre elas o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes. A indicação do diretor foi aprovada há cerca de um mês pelo Senado.

Durante a Satiagraha, a Abin confirmou a participação informal de agentes nas investigações da Polícia Federal, mas divulgou números diversos sobre a quantidade de homens que participaram da operação. A oposição acusou a agência de descontrole, o que foi negado pela cúpula da entidade.

Trezza disse que a "experiência" vivida pela Abin confirmou a tese de que "momentos de crise são propulsores do crescimento, inclusive das instituições".

Em seu discurso de posse no cargo, Trezza defendeu o controle externo sobre as atividades de inteligência do país. O diretor negou que a Abin tenha resistências a ações de órgãos externos para monitorar as suas atividades.

"O controle externo não é receio dos profissionais de inteligência, mas é aguardado por eles. Tornará a atividade melhor, aceita e credora de credibilidade perante a sociedade brasileira", afirmou.

O diretor disse que a Abin não deseja ter um tratamento diferenciado no governo federal, mas se tornou "parte das soluções, não dos problemas" do país. "Estou sabedor que a função de diretor-geral da Abin exige compromisso incondicional com a instituição, seus servidores e a sociedade. O êxito, quando conquistado, será comemorado e, se possível, de forma solitária e no anonimato."

Prioridades

O diretor disse que terá entre suas prioridades no cargo ampliar o diálogo com outros países para reforçar o serviço de inteligência brasileiro --com foco na Copa de Mundo de 2014 e nas Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro.

"O Brasil se prepara para sediar eventos de grande porte, como a Copa e os Jogos Olímpicos de 2016. A cooperação internacional tem inestimável valor. Esperamos que a Abin se torne cada vez mais importante para o país."

Sem mencionar a crise na entidade, o ministro Jorge Félix (Gabinete de Segurança Institucional) disse em seu discurso que a Abin precisa valorizar seus servidores para enfrentar os desafios da inteligência mundial.

"É o momento de construirmos a Agência Brasileira de Inteligência que queremos ter. Não é opção apenas do presidente da República, do GSI ou do diretor-geral. Mas uma opção dos seus servidores. Em breve, o novo diretor transformará a Abin em instituição modelo e orgulho para todos os brasileiros."

 

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