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02/02/2005
-
09h20
KENNEDY ALENCAR
LEILA SUWWAN
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Em almoço ontem na casa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), líderes de partidos aliados avaliaram que será preciso forte mobilização do governo para eleger o deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) presidente da Câmara no primeiro turno de votação.
A eleição do senador Renan Calheiros (AL) para suceder Sarney foi dada como certa. A de Greenhalgh, porém, motivou preocupação. Foram contabilizados entre 260 e 270 a favor do candidato do PT e do governo.
Como é preciso maioria absoluta (257) dos 513 deputados federais para vencer no primeiro turno, os governistas disseram que seria conveniente trabalhar para aumentar a margem de segurança.
Por isso, foi marcada nova reunião para o dia 10, a primeira quinta-feira após o Carnaval, a fim de que cada líder faça outra avaliação e se dedique a um corpo-a-corpo com sua bancada. A eleição será na segunda seguinte, dia 14 de fevereiro.
Não foi feita ontem uma avaliação de quantos votos teriam os concorrentes de Greenhalgh. Concluiu-se que, com cinco candidatos disputando a presidência da Câmara, uma vitória no primeiro turno dependerá de forte mobilização do governo, que precisará sinalizar claramente apoio a Greenhalgh. A participação de dois ministros na reunião de ontem foi claro recado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesse sentido. Estiveram lá Aldo Rebelo (Coordenação Política) e Eunício Oliveira (Comunicações).
Se Greenhalgh tiver de enfrentar um segundo turno, os líderes estimaram que teria 300 votos. Os demais postulantes são o dissidente petista Virgílio Guimarães (MG), José Carlos Aleluia (PFL-BA), Severino Cavalcanti (PP-PE) e Jair Bolsonaro (PFL-RJ).
Os líderes partidários na Câmara José Borba (PMDB-PR), José Janene (PP-PR), José Múcio (PTB-PE) e Arlindo Chinaglia (PT-SP), além do presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), também foram à reunião.
Para os líderes governistas, a reportagem da Folha que trouxe novos trechos de gravação sobre o caso Lubeca não afetará a candidatura de Greenhalgh. Sarney, por exemplo, considerou "um assunto só da imprensa".
Durante a macarronada, prato principal do almoço, o peemedebista Borba disse que, dos 76 deputados de sua bancada, pelo menos 48 votariam em Greenhalgh. Afirmou que o número poderia chegar a 52. A indicação do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) para a 1ª Secretaria na Câmara ampliou o apoio a Greenhalgh, disse Borba.
Múcio, do PTB, cuja bancada tem 48, relatou que hoje obteria pelo menos 20 votos a favor de Greenhalgh. Por telefone, o líder do bloco PL-PSL, Sandro Mabel, justificou a ausência e prometeu mais de 30 votos. Chinaglia, do PT, disse contar com, no mínimo, 85 dos 90 petistas.
Para chegar a 260 votos, os líderes contaram com votos de outros partidos, até de oposição.
Em reunião, as lideranças da Câmara decidiram ontem a divisão dos cargos da Mesa de acordo com o critério de proporcionalidade. Com isso, o PMDB, segunda maior bancada, optou pela 1ª Secretaria, e o PFL, terceira maior, ficou com a 1ª Vice Presidência.
Ficou decidido ainda que, para a divisão de cargos nas comissões, valerá a contagem das bancadas feita no dia 15 de fevereiro.
Isso beneficia a articulação do PPS e do PSB (que hoje só têm direito a suplências) para formar o terceiro maior bloco da Casa, ao lado de PDT, PC do B e PV. Teriam, em tese, direito à presidência de três comissões.
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LEILA SUWWAN
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Em almoço ontem na casa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), líderes de partidos aliados avaliaram que será preciso forte mobilização do governo para eleger o deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) presidente da Câmara no primeiro turno de votação.
A eleição do senador Renan Calheiros (AL) para suceder Sarney foi dada como certa. A de Greenhalgh, porém, motivou preocupação. Foram contabilizados entre 260 e 270 a favor do candidato do PT e do governo.
Como é preciso maioria absoluta (257) dos 513 deputados federais para vencer no primeiro turno, os governistas disseram que seria conveniente trabalhar para aumentar a margem de segurança.
Por isso, foi marcada nova reunião para o dia 10, a primeira quinta-feira após o Carnaval, a fim de que cada líder faça outra avaliação e se dedique a um corpo-a-corpo com sua bancada. A eleição será na segunda seguinte, dia 14 de fevereiro.
Não foi feita ontem uma avaliação de quantos votos teriam os concorrentes de Greenhalgh. Concluiu-se que, com cinco candidatos disputando a presidência da Câmara, uma vitória no primeiro turno dependerá de forte mobilização do governo, que precisará sinalizar claramente apoio a Greenhalgh. A participação de dois ministros na reunião de ontem foi claro recado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesse sentido. Estiveram lá Aldo Rebelo (Coordenação Política) e Eunício Oliveira (Comunicações).
Se Greenhalgh tiver de enfrentar um segundo turno, os líderes estimaram que teria 300 votos. Os demais postulantes são o dissidente petista Virgílio Guimarães (MG), José Carlos Aleluia (PFL-BA), Severino Cavalcanti (PP-PE) e Jair Bolsonaro (PFL-RJ).
Os líderes partidários na Câmara José Borba (PMDB-PR), José Janene (PP-PR), José Múcio (PTB-PE) e Arlindo Chinaglia (PT-SP), além do presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), também foram à reunião.
Para os líderes governistas, a reportagem da Folha que trouxe novos trechos de gravação sobre o caso Lubeca não afetará a candidatura de Greenhalgh. Sarney, por exemplo, considerou "um assunto só da imprensa".
Durante a macarronada, prato principal do almoço, o peemedebista Borba disse que, dos 76 deputados de sua bancada, pelo menos 48 votariam em Greenhalgh. Afirmou que o número poderia chegar a 52. A indicação do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) para a 1ª Secretaria na Câmara ampliou o apoio a Greenhalgh, disse Borba.
Múcio, do PTB, cuja bancada tem 48, relatou que hoje obteria pelo menos 20 votos a favor de Greenhalgh. Por telefone, o líder do bloco PL-PSL, Sandro Mabel, justificou a ausência e prometeu mais de 30 votos. Chinaglia, do PT, disse contar com, no mínimo, 85 dos 90 petistas.
Para chegar a 260 votos, os líderes contaram com votos de outros partidos, até de oposição.
Em reunião, as lideranças da Câmara decidiram ontem a divisão dos cargos da Mesa de acordo com o critério de proporcionalidade. Com isso, o PMDB, segunda maior bancada, optou pela 1ª Secretaria, e o PFL, terceira maior, ficou com a 1ª Vice Presidência.
Ficou decidido ainda que, para a divisão de cargos nas comissões, valerá a contagem das bancadas feita no dia 15 de fevereiro.
Isso beneficia a articulação do PPS e do PSB (que hoje só têm direito a suplências) para formar o terceiro maior bloco da Casa, ao lado de PDT, PC do B e PV. Teriam, em tese, direito à presidência de três comissões.
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