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05/02/2005 - 09h02

Grupo debate elo entre Brizola e Hugo Chávez

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RAFAEL CARIELLO
da Folha de S. Paulo, no Rio de Janeiro

Para um grupo de integrantes do PDT no Rio de Janeiro, o polêmico presidente venezuelano, Hugo Chávez, teve um precursor de origem gaúcha.

Em novembro passado, depois de um congresso na Venezuela, fundaram o Círculo Bolivariano Leonel Brizola, que tem por objetivo apoiar e divulgar a "revolução bolivariana" de Chávez, ou seja, os feitos do governo do país vizinho, no Brasil.

O adjetivo que antecede o nome do ex-governador do Rio é uma referência ao general Simón Bolívar (1783-1830), que lutou pela independência de países sul-americanos da Espanha. Dá nome também a grupos formados na Venezuela para dar sustentação popular a Chávez.

Características

Para o professor de história Aurélio Silva Fernandes, 43, fundador do círculo --que conta hoje com dez integrantes, mas, ele diz, "está em processo de expansão" --, o presidente venezuelano e Brizola (1922-2004) têm várias características em comum.

Ele destaca a defesa de um "nacionalismo de esquerda", a vinculação da soberania nacional com a questão social, o combate ao controle de informações pelos veículos de comunicação e, até, a forma de discursar.

Também o processo pelo qual passa hoje a Venezuela --de mobilização de camadas pobres da população pelo governo contra uma suposta resistência das elites em permitir mudanças --encontra para ele um paralelo com o Brasil dos anos anteriores ao golpe militar de 1964.

"Vivemos uma situação parecida na década de 60, com as lideranças do [presidente] Jango [João Goulart] e de Brizola. O golpe abortou esse processo", afirma o professor.

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, dá seu aval à organização e diz que Chávez e Brizola são semelhantes na "coragem de lutar, na coerência marcante".

Para Lupi, o presidente venezuelano é "uma das mais importantes lideranças surgidas no último século".

Ideário

Outro participante do grupo, o bancário Iacilton Barreto Mattos, 45, diz ver semelhanças entre o ideário "bolivariano" e o "socialismo moreno" defendido pelo líder brasileiro.

O grupo pretende lançar um jornal de divulgação de suas idéias --"O Panfleto" --e percorrer "sindicatos, associações de moradores e favelas" do Rio de Janeiro apresentando o documentário "A Revolução Não Será Televisionada" --que acompanha Chávez no momento em que é deflagrada a tentativa de golpe que ele sofreu em 2002.

Fernandes diz que o objetivo das ações é estimular a criação de novos círculos bolivarianos.

O professor Fernandes afirma que pretende assim seguir um exemplo que ele acha que é de Chávez e de Brizola, que com fala calma e cativante, em seus discursos "didáticos", não procurava falar "para a vanguarda", mas "para o povo".

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Leonel Brizola
  • Leia o que já foi publicado sobre Hugo Chávez
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