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18/02/2005 - 09h55

Dirceu pede pressão sobre aliados

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RANIER BRAGON
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Contrariando o discurso público de que não se envolve mais na coordenação política do governo, José Dirceu (Casa Civil) orientou os deputados federais do chamado campo majoritário do PT, o mesmo de Luiz Inácio Lula da Silva, a cobrar fidelidade dos partidos aliados no Congresso.

A conversa entre Dirceu e os deputados foi na sede do PT em Brasília, na noite de anteontem, e serviu para o ministro e a ala majoritária da sigla reagruparem forças após a maior derrota sofrida pelo governo no Legislativo, a eleição de Severino Cavalcanti (PP-PE) para a presidência da Câmara.

Segundo deputados que estiveram na reunião, Dirceu avaliou que, de agora em diante, o PT terá que redobrar esforços na Câmara e que é necessária conversa franca com líderes dos partidos aliados.

Isso porque o ministro e os deputados relembraram que, segundo a palavra de líderes de partidos como PMDB, PTB, PP e PL, Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) teria cerca de 300 votos para ser eleito. O petista teve só 207 votos no primeiro turno e 195 no segundo.

Nas palavras do ministro, segundo deputados, é preciso saber dos líderes aliados quem está com o governo nas bancadas, ou seja, com quem o Planalto pode contar, de fato, nas votações importantes. Dirceu quer uma base "de qualidade, não de quantidade".

Em público, o ministro afirma que a articulação política do governo cabe exclusivamente a Aldo Rebelo (Coordenação Política), que vem sendo minado por petistas, já que a legenda quer retomar a condução política do governo.

Dirceu e os deputados decidiram que vão apresentar ao PT um nome do campo majoritário para a liderança na Câmara. O grupo de Dirceu escolheu, por enquanto, Paulo Rocha (PA), mas há resistências. As alas mais à esquerda articulam lançar um nome para disputar com os majoritários, como o de Maninha (DF). A eleição para o líder ocorre na terça-feira.

Ontem, a bancada de deputados se reuniu pelo segundo dia para avaliar os estragos com a eleição de Severino e tentar traçar objetivos. A exemplo de anteontem, críticas sobraram para todos os lados: para o Planalto, para o campo majoritário, para o candidato rebelde do PT, Virgílio Guimarães (MG), e para aliados.

Os petistas mantiveram o discurso de que vão pressionar para que Severino não cumpra promessas de campanha como o aumento do salário dos deputados.

Outro atrito entre o partido e o recém-eleito surgiu após ele defender a prorrogação do mandato de Lula por mais dois anos.

"Essa idéia de mandato de seis anos é um desserviço ao país. O PT manifesta sua posição radicalmente contrária a essa idéia e à possibilidade de que ela venha a ser discutida no bojo da reforma política", afirmou José Genoino, presidente nacional do PT.

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