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19/02/2005 - 09h11

Polícia encontra 4 testemunhas na mata

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KÁTIA BRASIL
da Agência Folha, em Anapu

Depois de seis dias fugindo pelas matas de Anapu (oeste do Pará), quatro pessoas de uma mesma família, que testemunharam a preparação da fuga dos acusados de matar a freira Dorothy Stang, foram localizadas ontem.

Os quatro trabalhavam nas terras de Vitalmiro Bastos de Moura, suposto mandante do assassinato, e disseram ter visto a movimentação do fazendeiro e de seu funcionário Amair Feijoli da Cunha --intermediador do crime, segundo a polícia- para tentar fugir da região em um avião.

A freira foi morta na manhã do dia 12. No mesmo dia, a família teria presenciado a entrada e a saída de veículos da fazenda de Moura e ouvido conversas sobre o crime.

Com medo de serem mortos, Luiz Heleno Nunes da Costa, 34, e Francimone Nunes, 27, fugiram no domingo para o mato, deixando em seu barraco cinco filhos e um sobrinho, com idades de 1 a 12 anos. Orlando Paulo Nunes da Costa, 53, e Milibete Costa, 33, respectivamente pai e irmão de Luiz Heleno, os acompanharam.

Eles disseram ter andado sem parar pelo mato durante esses seis dias, alimentando-se de água da chuva, coco e babaçu. Ontem, foram achados na estrada Transamazônica, a 10 km de Anapu.

A Polícia Civil do Pará anunciou ontem que o autor dos disparos que mataram Dorothy Stang foi o suposto pistoleiro Rayfran das Neves Sales, apelidado de Fogoió, que está foragido.

Seu retrato falado já havia sido divulgado, mas a polícia dizia que ele se chamava José Maria Ferreira. "Se déssemos o nome certo, atrapalharia as investigações", disse o delegado Waldir Freitas.

Ontem, a polícia também divulgou a foto do acusado, que é goiano e nascido em 1976. Ele foi reconhecido por pelo menos duas testemunhas --uma disse ter presenciado a morte da missionária.

A Polícia Federal anunciou ontem que pode efetivar até amanhã as prisões dos quatro acusados pela morte de Dorothy.

Com base em informações de inteligência, o delegado da PF Ualame Fialho Machado afirmou que Vitalmiro e Amair podem se entregar nas cidades de Belém (PA) ou Vitória (ES), onde teriam parentes. Machado disse que ainda busca Uilquelano de Souza Pinto e Fogoió nas matas de Anapu. Se algum deles for preso, será deslocado para Altamira.

Tanto a PF como a Polícia Civil estão trabalhando em Anapu em locais provisórios, que não dispõem de celas para abrigar os presos. Celas só existem na 3ª Companhia da Polícia Militar, onde estão alojadas duas testemunhas do caso, mantidas sob proteção.

Ontem, os policiais fizeram buscas por terra e ar, com apoio das tropas militares da 23ª Brigada de Infantaria de Selva de Marabá.

Outras pistas que a polícia possui são duas camionetes: uma estava numa fazenda próxima ao local do crime, de onde uma testemunha disse ter visto partir um avião, e outra foi localizada perto do local onde a religiosa foi morta.

De acordo com o delegado Waldir Freitas, os carros são de Vitalmiro e de Amair.

A informação do DAC (Departamento de Aviação Civil) de que um avião fez um plano de vôo para Anapu no dia em que a missionária foi morta também é investigada pela PF.

O trabalhador rural L.M.B. prestou depoimento à polícia no dia 16 dizendo ter visto, de seu lote, a decolagem. A suspeita era que dois dos quatro acusados pelo crime teriam utilizado a aeronave para fugir.

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