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19/02/2005 - 10h05

Morte no Pará faz Nilmário adiar ida à China

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

O secretário especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, Nilmário Miranda, adiou ontem a viagem de intercâmbio que faria à China, país notório violador de direitos fundamentais, ao saber do quinto assassinato ocorrido no Pará desde sábado, quando foi morta a missionária norte-americana Dorothy Stang, naturalizada brasileira.

Segundo Nilmário, ele estava no aeroporto de Brasília prestes a embarcar quando recebeu a notícia do homicídio de um líder sindical. De lá, telefonou para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sempre segundo a assessoria do ministro, e ambos concordaram em adiar a viagem. A nova data ainda não está definida e foi informada ao embaixador Jiang Yuande por Lula ontem.

As críticas à visita de Nilmário à China, prevista desde o ano passado, tornaram-se mais fortes nesta semana com os assassinatos no Pará e a morte de dois sem-teto em Goiânia na quarta-feira. A notícia da morte de ontem, porém, parece não se inserir nas disputas de terra.

Briga de família
Segundo a assessoria de imprensa do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), o sindicalista Jailson da Silva morreu na quarta-feira em Altamira após uma briga de família. Essas informações foram apuradas pela Ouvidoria Agrária Nacional tomando como fontes as polícias Federal, Civil e Militar.

O desencontro de informações é comum em casos como esse. O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) divulgou ontem no Rio de Janeiro uma versão diferente do episódio. "Outra liderança de trabalhadores rurais foi assassinada por pistoleiros na manhã de hoje (18) no Pará", diz trecho da nota divulgada pelo MST ontem.

Após confirmar a mesma informação com cinco fontes diferentes, o ministro aceitou a versão de que o crime não guarda relação com conflitos de terra. "Mesmo tendo informação de várias fontes, por excesso de zelo, o corpo foi necropsiado em Belém. Ele teria participado de um crime anos atrás, uma questão que foi resolvida agora, entre famílias."

Críticas

As críticas à viagem se baseiam principalmente no fato de a China não observar direitos fundamentais, mantendo campos de trabalho forçado, pena de morte e tortura por agentes públicos.
Nilmário afirma que está apenas dando "prosseguimento ao diálogo" iniciado em 1997 por seu antecessor José Gregori, no governo Fernando Henrique Cardoso.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o ministro Nilmário Miranda
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