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23/02/2005 - 21h05

Quem tem arma e mata no país são os poderosos, diz Stedile

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PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

Ao falar na manhã de hoje para cerca de 350 pessoas em Jequitinhonha, no nordeste mineiro, o coordenador nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), João Pedro Stedile, disse que quem tem arma e mata no país são os "poderosos". Aos trabalhadores rurais, ele recomendou que se organizem para pressionar.

O relato da fala de Stedile foi feito à Folha pelo superintendente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Minas Gerais, Marcos Helênio, que também participou do ato convocado pela Via Campesina para cobrar agilidade na reforma agrária e protestar contra o andamento na Justiça do processo sobre a chacina de Felisbusgo.

Stedile disse que os jagunços e as milícias contratados pelos "poderosos" é que geram os conflitos. Mas, outra vez, culpou o governo pela morosidade na reforma agrária. Na sua fala no ginásio poliesportivo da cidade, ele disse haver um "grupo dentro do governo", do qual excluiu o presidente Lula, que faz com que a reforma agrária seja lenta, o que agrava a situação no campo.

O dirigente do MST, com quem a reportagem não conseguiu contato, disse que terá encontro na sexta-feira com os ministros José Dirceu (Casa Civil) e Miguel Rosseto (Desenvolvimento Agrário), quando voltará a cobrar agilidade nas ações e na liberação de verbas para o Incra. Deputados mineiros e religiosos também estiveram no ato de Jequitinhonha.

À tarde, ocorreu um protesto em frente ao fórum da cidade. A chacina de Felisburgo completou três meses e, dos 15 indiciados pelas mortes de cinco sem-terra, dez continuam foragidos.

Dos cinco presos, três foram liberados provisoriamente pela Justiça. O fazendeiro Adriano Chafik Luedy continua preso. Ele nega premeditação do crime e diz que atirou para se defender.

Uma comissão, da qual Stedile integrou, foi recebida pelo promotor Gabriel Pereira de Mendonça. O MST denunciou que os sem-terra continuam recebendo ameaças de morte e cobraram a prisão de todos os envolvidos na chacina. O promotor disse que as buscas continuam e que vai apurar as supostas novas ameaças.

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