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01/03/2005 - 22h05

Divergência entre movimentos acirra protestos de sem-terra em Alagoas

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SILVIO NAVARRO
SÍLVIA FREIRE
da Agência Folha

Trabalhadores rurais sem-terra ligados ao MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra) bloquearam hoje quatro trechos de rodovias em Alagoas em protesto contra a pressão do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) para derrubar a superintendência do Incra no Estado.

Ontem, aproximadamente 2.000 agricultores ligados ao MST, segundo avaliação da Polícia Militar, invadiram a sede do Incra em Maceió. Os sem-terra montaram acampamento também em uma praça em frente ao prédio. Lideranças do MST acusam a Superintendência do Incra de privilegiar outros movimentos de luta pela terra com objetivo de enfraquecer o MST.

"Não concordamos com a forma de atuação política da direção do Incra que direciona ações para outros movimentos para esvaziar o MST", disse José Roberto da Silva, coordenador estadual do MST no Estado.

O coordenador regional do MLST, Marcos Antonio da Silva, o Marrom, disse que a invasão ao Incra atrapalha as negociações para desapropriação de terras. Hoje, o movimento teria uma reunião para discutir a situação de cinco áreas reivindicadas pelo MLST --que, por causa da invasão promovida pelo MST, foi desmarcada.

As quatro barreiras montadas pelo MLST impediram o acesso a Pernambuco por pelo menos seis horas. A passagem para o Estado vizinho só foi possível por volta das 14h, com a liberação das pistas da BR-104, na região do município de Murici.

O principal ponto dos protestos ocorreu no km 57 da BR-101, na região de Messias (34 km de Maceió). No local, cerca de 600 manifestantes interditaram o trânsito e geraram dez quilômetros de congestionamento.

Os manifestantes também impediram o trânsito no km 30 da BR-101 (região de Joaquim Gomes) e na rodovia litorânea AL-101, em Porto Calvo (110 km da capital alagoana).

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, os três trechos foram desbloqueados por volta das 16h30.

De acordo com o MLST, a mobilização nas quatro áreas envolveu 2.000 pessoas.

Em Maceió, o MST acirrou a ação iniciada na segunda-feira. Hoje, os sem-terra invadiram outro prédio do Incra, no centro da capital, e ameaçaram entrar em um supermercado. De acordo com o Centro de Gerenciamento de Crise da PM, que acompanhou a ação, os sem-terra recuaram depois de negociar a doação de cem cestas básicas com o supermercado.

O superintendente do Incra, Gino César Menezes, negou ontem que outros movimentos estejam sendo beneficiados em detrimento do MST. Segundo ele, o MST pediu para não repassar recursos para a associações de assentados que não fossem mais controladas pelo movimento, o que foi negado.

"Em algumas áreas, foi perdido pelo movimento o controle das associações [de assentados] e havia um pedido para que o Incra não repassasse recursos para as associações que não eram mais do MST. Não podemos fazer isso", disse Menezes.

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