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08/03/2005
-
09h27
KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá convidar em breve o ministro Ciro Gomes a trocar a pasta da Integração Nacional pela da Saúde. Se der certo a articulação, ela libera a Integração Nacional para uma composição política com o PMDB ou até com o PP --hoje mais provavelmente para um peemedebista.
A Folha ouviu ontem de um auxiliar direto de Lula que o presidente e a cúpula do governo confiam em Ciro, candidato derrotado do PPS a presidente em 2002. Se ele aceitar, não seria candidato a nada em 2006 e tocaria a pasta apostando no projeto de eventual reeleição de Lula.
Dois complicadores seriam contornar ciúme no PT por dar um posto tão importante a um aliado e não queimar o atual ministro, Humberto Costa, que sonha ser candidato petista a governador de Pernambuco em 2006.
Ciro manifestou dúvida em relação à conveniência de ir para a Saúde, onde há feudos petistas e tucanos. Teria choque à vista, mas o governo deseja isso. Mais: envolvido na obra de transposição das águas do rio São Francisco, teme a acusação de deixar um projeto pela metade. Projeto que, se bem realizado, renderia dividendos eleitorais a ele, que fez carreira política no Nordeste.
A interlocutores, porém, Ciro admitiu que muda de pasta se Lula determinar.
Vingando a articulação Ciro na Saúde, Lula poderia indicar para a Integração Nacional a senadora licenciada Roseana Sarney, que deixaria o PFL, ou remanejaria Eunício Oliveira (Comunicações) para lá. Roseana é ainda uma opção para Comunicações.
Articulação política
Na articulação política, cresceu nos últimos dias uma avaliação na cúpula do governo de que a área deveria ser reintegrada à Casa Civil de José Dirceu. Isso evitaria a eventual substituição do ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política) por um petista.
A devolução da articulação política a Dirceu seria justificada como conclusão do presidente de que foi um erro a divisão da Casa Civil em janeiro de 2004. Ou seja, não teria um caráter de cruzada anti-Aldo, que poderia ser remanejado para outra área.
Pesam contra essa articulação a preocupação de Lula com a coordenação da máquina, papel de Dirceu, e a estima por Aldo.
"O Aldo prestou um grande serviço ao país, foi um grande líder do governo na Câmara e é um excelente ministro. Evidente que temos problemas de articulação política na Câmara, mas isso não pode ser creditado a apenas uma pessoa", diz o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP). A expectativa, segundo ele, é que o presidente mexa na equipe até o final desta semana.
Para tentar mudar com menos traumas, dada a extrema dificuldade pessoal que Lula demonstra para demitir --principalmente os amigos--, ganhou força nas discussões do governo a tese de usar as eleições de 2006 como pretexto para algumas trocas.
Daqui a 13 meses, ministros candidatos nas eleições de 2006 deverão sair dos cargos para concorrer. Não faria sentido, reflete Lula, indicar novos ministros ou remanejar atuais para que permaneçam por apenas um ano.
Como quer incluir no primeiro escalão um PP fortalecido pela eleição de Severino Cavalcanti (PE) e reforçar a ala governista do PMDB, que anda sendo contestada pela oposicionista, Lula teria de mudar mais peças do que deseja. Se vai fazê-lo, estuda se é melhor realizar trocas para deixar ministros mais tempo no cargo.
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá convidar em breve o ministro Ciro Gomes a trocar a pasta da Integração Nacional pela da Saúde. Se der certo a articulação, ela libera a Integração Nacional para uma composição política com o PMDB ou até com o PP --hoje mais provavelmente para um peemedebista.
A Folha ouviu ontem de um auxiliar direto de Lula que o presidente e a cúpula do governo confiam em Ciro, candidato derrotado do PPS a presidente em 2002. Se ele aceitar, não seria candidato a nada em 2006 e tocaria a pasta apostando no projeto de eventual reeleição de Lula.
Dois complicadores seriam contornar ciúme no PT por dar um posto tão importante a um aliado e não queimar o atual ministro, Humberto Costa, que sonha ser candidato petista a governador de Pernambuco em 2006.
Ciro manifestou dúvida em relação à conveniência de ir para a Saúde, onde há feudos petistas e tucanos. Teria choque à vista, mas o governo deseja isso. Mais: envolvido na obra de transposição das águas do rio São Francisco, teme a acusação de deixar um projeto pela metade. Projeto que, se bem realizado, renderia dividendos eleitorais a ele, que fez carreira política no Nordeste.
A interlocutores, porém, Ciro admitiu que muda de pasta se Lula determinar.
Vingando a articulação Ciro na Saúde, Lula poderia indicar para a Integração Nacional a senadora licenciada Roseana Sarney, que deixaria o PFL, ou remanejaria Eunício Oliveira (Comunicações) para lá. Roseana é ainda uma opção para Comunicações.
Articulação política
Na articulação política, cresceu nos últimos dias uma avaliação na cúpula do governo de que a área deveria ser reintegrada à Casa Civil de José Dirceu. Isso evitaria a eventual substituição do ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política) por um petista.
A devolução da articulação política a Dirceu seria justificada como conclusão do presidente de que foi um erro a divisão da Casa Civil em janeiro de 2004. Ou seja, não teria um caráter de cruzada anti-Aldo, que poderia ser remanejado para outra área.
Pesam contra essa articulação a preocupação de Lula com a coordenação da máquina, papel de Dirceu, e a estima por Aldo.
"O Aldo prestou um grande serviço ao país, foi um grande líder do governo na Câmara e é um excelente ministro. Evidente que temos problemas de articulação política na Câmara, mas isso não pode ser creditado a apenas uma pessoa", diz o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP). A expectativa, segundo ele, é que o presidente mexa na equipe até o final desta semana.
Para tentar mudar com menos traumas, dada a extrema dificuldade pessoal que Lula demonstra para demitir --principalmente os amigos--, ganhou força nas discussões do governo a tese de usar as eleições de 2006 como pretexto para algumas trocas.
Daqui a 13 meses, ministros candidatos nas eleições de 2006 deverão sair dos cargos para concorrer. Não faria sentido, reflete Lula, indicar novos ministros ou remanejar atuais para que permaneçam por apenas um ano.
Como quer incluir no primeiro escalão um PP fortalecido pela eleição de Severino Cavalcanti (PE) e reforçar a ala governista do PMDB, que anda sendo contestada pela oposicionista, Lula teria de mudar mais peças do que deseja. Se vai fazê-lo, estuda se é melhor realizar trocas para deixar ministros mais tempo no cargo.
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