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09/03/2005
-
20h37
SÍLVIA FREIRE
da Agência Folha
Militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) queimaram hoje de manhã uma camionete Ranger que havia sido alugada pela Superintendência do Incra em Alagoas.
À tarde, os agricultores voltaram a pôr fogo no que restou do veículo. A camionete estava estacionado em frente à sede do Incra, em Maceió, que está invadida pelos sem-terra há dez dias.
Segundo informações da Polícia Militar, os agricultores fizeram um cerco em torno da camionete para bloquear o acesso dos bombeiros. O carro ficou totalmente destruído.
Há dez dias os agricultores impedem a entrada dos funcionários no Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em dois prédios em Maceió e exigem a substituição da cúpula do órgão no Estado.
Hoje, o Incra conseguiu liminarmente a reintegração de posse dos imóveis na Justiça Federal. A Secretaria de Justiça e Defesa Social de Alagoas (equivalente à Secretaria de Segurança Pública) não informou quando a liminar seria cumprida.
Segundo avaliação do Comando de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar do Estado, entre 1.500 e 2.000 sem-terra estão concentrados nas imediações e dentro do prédio do Incra. Uma parte dos agricultores está acampada na praça Sinimbu, em frente à superintendência, e outra está dentro do prédio.
As lideranças do MST afirmam que a superintendência incentiva a disputa de áreas que estão sendo negociadas entre os movimentos de luta pela terra e privilegia --para enfraquecer o MST --o MLTS (Movimento de Libertação dos Sem Terra), criado a partir de uma dissidência do MST.
O superintendente do Incra, Gino César Menezes, negou que exista favorecimento entre os movimentos e disse que o MST recebeu sete das nove propriedades adquiridas em 2004.
A destruição da camionete indica um aumento na tensão entre os sem-terra e o Incra. O movimento não aceita negociar com a atual gestão --e a presidência do Incra, em Brasília, informou que não aceita negociar enquanto a sede estiver invadida.
Na semana passada, a gerência da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em Maceió acusou os sem-terra de saquear um galpão da companhia e furtar alimentos. O movimento negou o saque e afirmou que as cestas básicas seriam distribuídas aos agricultores. A PF abriu inquérito para investigar a ação.
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Militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) queimaram hoje de manhã uma camionete Ranger que havia sido alugada pela Superintendência do Incra em Alagoas.
À tarde, os agricultores voltaram a pôr fogo no que restou do veículo. A camionete estava estacionado em frente à sede do Incra, em Maceió, que está invadida pelos sem-terra há dez dias.
Segundo informações da Polícia Militar, os agricultores fizeram um cerco em torno da camionete para bloquear o acesso dos bombeiros. O carro ficou totalmente destruído.
Há dez dias os agricultores impedem a entrada dos funcionários no Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em dois prédios em Maceió e exigem a substituição da cúpula do órgão no Estado.
Hoje, o Incra conseguiu liminarmente a reintegração de posse dos imóveis na Justiça Federal. A Secretaria de Justiça e Defesa Social de Alagoas (equivalente à Secretaria de Segurança Pública) não informou quando a liminar seria cumprida.
Segundo avaliação do Comando de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar do Estado, entre 1.500 e 2.000 sem-terra estão concentrados nas imediações e dentro do prédio do Incra. Uma parte dos agricultores está acampada na praça Sinimbu, em frente à superintendência, e outra está dentro do prédio.
As lideranças do MST afirmam que a superintendência incentiva a disputa de áreas que estão sendo negociadas entre os movimentos de luta pela terra e privilegia --para enfraquecer o MST --o MLTS (Movimento de Libertação dos Sem Terra), criado a partir de uma dissidência do MST.
O superintendente do Incra, Gino César Menezes, negou que exista favorecimento entre os movimentos e disse que o MST recebeu sete das nove propriedades adquiridas em 2004.
A destruição da camionete indica um aumento na tensão entre os sem-terra e o Incra. O movimento não aceita negociar com a atual gestão --e a presidência do Incra, em Brasília, informou que não aceita negociar enquanto a sede estiver invadida.
Na semana passada, a gerência da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em Maceió acusou os sem-terra de saquear um galpão da companhia e furtar alimentos. O movimento negou o saque e afirmou que as cestas básicas seriam distribuídas aos agricultores. A PF abriu inquérito para investigar a ação.
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