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11/03/2005 - 21h16

Após desocupação, MST volta a invadir prédio do Incra

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FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Maceió
SÍLVIA FREIRE
da Agência Folha

A sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Maceió permaneceu desocupada hoje por menos de doze horas. O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que havia deixado o prédio por volta das 7h, voltou a invadir o local pouco depois das 18h, após fracassar uma tentativa de negociação entre lideranças do movimento e o procurador-geral do Incra, José Bruno Lemes.

Segundo o vice-presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Everaldo Patriota, que mediou a negociação, o MST não abriu mão de sua principal reivindicação --a saída da cúpula do Incra no Estado. O procurador-geral disse, entanto, que a exoneração estava "fora de cogitação".

"Ficou um diálogo de mudos", disse Patriota.

Terminada a reunião, os líderes do MST voltaram ao acampamento montado na praça em frente à superintendência, onde os sem-terra ficaram durante a desocupação, e houve nova invasão ao prédio.

"Mantivemos a pauta, mas o Miguel Rossetto [ministro do Desenvolvimento Agrário] não quis resolver, o Incra nacional e o PT também não. O que acontecer nesta praça será de responsabilidade deles", disse o coordenador do MST José Roberto da Silva, após a reunião.

A reivindicação do movimento é a substituição do atual superintendente do Incra no Estado, Gino César Menezes, acusado de incitar invasões e provocar discórdia entre as entidades de sem-terra no Estado. Ele foi indicado ao cargo pelo PT de Alagoas.

Há 12 dias, famílias representantes dos 72 acampamentos controlados pelo MST no Estado invadiram a sede do Incra e a praça em frente ao prédio. Segundo a Polícia Militar, cerca de 2.000 pessoas estão no local. A Justiça concedeu reintegração de posse do prédio ao Incra, mas, segundo a PM, ela não será cumprida no final de semana pois ainda espera uma "saída negociada".

Desocupação

A desocupação do prédio hoje pela manhã foi uma condição imposta pelo procurador-geral do Incra, na noite de ontem. Lemes informou aos sem-terra que não negociaria com o movimento enquanto não houvesse a desocupação.

A saída dos trabalhadores rurais começou às 6h e terminou às 7h. As faixas de protesto e as bandeiras vermelhas foram retiradas do prédio. Uma faxina nas salas foi providenciada. As barricada de pedras e pneus montada na rua, entre a praça e o prédio do Incra, foi mantida e continuou vigiada por "seguranças" armados com facões e pedaços de pau.

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