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13/01/2010 - 11h42

Jobim confirma que problema envolvendo plano do governo foi resolvido

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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O ministro Nelson Jobim (Defesa) disse nesta quarta-feira que o impasse dentro do governo sobre o terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos foi solucionado. Sem dar detalhes sobre o acordo fechado entre ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), Jobim disse que da sua parte o problema "está resolvido".

O ministro afirmou que o Palácio do Planalto vai divulgar detalhes do acordo fechado em torno do programa de Direitos Humanos, já que segue hoje para o Haiti para acompanhar as consequências do terremoto que ontem atingiu o país. "Vai ser anunciado pelo presidente", afirmou.

Segundo interlocutores do Planalto, o impasse entre os ministros foi solucionado e houve consenso sobre o plano. Os dois ministros se reuniram hoje com o presidente Lula por pouco mais de meia hora para discutir o programa. Vanucchi saiu sem falar com a imprensa, embora ontem tivesse prometido comentar o assunto.

Ainda de acordo com interlocutores do governo, a reunião foi rápida porque ontem os ministros já haviam se encontrado para neutralizar a polêmica em torno do plano e o governo está mobilizado para analisar a tragédia no Haiti.

O foco da crise é o sexto capítulo do plano, anunciado por Lula no dia 21 e publicado no "Diário Oficial" da União no dia seguinte, com 180 páginas, que cria a Comissão da Verdade para investigar crimes de torturas cometidos durante a ditadura militar. O capítulo se chama "Eixo orientador 6: direito à memória e à verdade".

Duas propostas deixaram a área militar particularmente irritada: identificar e tornar públicas as "estruturas" utilizadas para violações de direitos humanos durante a ditadura e criar uma legislação nacional proibindo que ruas, praças, monumentos e estádios tenham nomes de pessoas que praticaram crimes na ditadura.

Na leitura dos militares, isso significa que o governo do PT, formado por muitos personagens que atuaram "do outro lado" no regime militar, está querendo jogar a opinião pública contra as Forças Armadas.

Demissões

Após a divulgação do texto, Jobim, pressionado pelos militares, cobrou uma modificação no teor do programa. Os comandantes do Exército, general Enzo Martins Peri, e da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, ameaçaram pedir demissão caso Lula não revogue o trecho do programa que cria a Comissão da Verdade para apurar torturas e desaparecimentos durante o regime militar (1964-1985).

Vannuchi, por outro lado, também ameaça entregar o cargo se Lula recuar no teor do programa. Segundo assessores próximos de Lula, a ideia central do texto não prevê o que os militares chamam de revanchismo.

O plano também foi criticado pelo ministro Reinhold Stephanes (Agricultura), pela CNA (Confederação Nacional da Agricultura) e pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

Segundo a Folha, antes da reunião dos ministros com Lula, o governo estudava uma fórmula considerada de meio-termo para acalmar os dois lados: mudar a parte em que o plano determina investigações de violações de direitos humanos cometidas pela "repressão política", que significa apurar só os crimes de tortura e morte cometidos pelos agentes do Estado. A expressão seria retirada, deixando que o projeto de lei ao Congresso especificasse melhor sua extensão.

Comentários dos leitores
Deisi Gonçalves (1) 01/02/2010 14h33
Deisi Gonçalves (1) 01/02/2010 14h33
Será que se a concepção fosse um privilégio masculino o aborto ainda seria proibido? sem opinião
avalie fechar
Edivaldo Cardoso (160) 31/01/2010 07h47
Edivaldo Cardoso (160) 31/01/2010 07h47
Sr Romão Mianda Vidal,concordo quando cita os representantes da esquerda como Mao,Fidel e Chavez,quando fala em matanças.Mas é bom o senhor lembrar que em nome da mesma democracia regimes de direita fizeram o mesmo,matando milhões no mundo todo.Essa mesma direita que o senhor defende mata muito mais em epoca de paz pela exclusão social,que causa miseria e fome,mata em silencio sem dar tiros.daí que atacar a esquerda não isenta a direita Quanto a vossa citação dos sem-terra estude mais o assunto,procure se inteirar dos artificios usados pelo poder economico,vai saber que em todos os movimentos,grupos são coptados para uso dos interesses contrarios. O trafico,por exemplo,faz isso nos meios politicos e policiais. Com os movimentos sociais não é diferente.Grupos coptados,verdadeiros bandidos que merecem cadeia,praticam atos de vandalismo,assim os meios de comunicação,conseguem direcionar a opinião publica,dando aos interessados,motivo e respaldo Juridico, na defesa dos seus latifundios,na maioria das vezes usurpados via grilagem ou até pelo uso da violencia.Estude mais sobre o assunto Sr Romão,garanto que vai se susrpreender. sem opinião
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Josemar dos Santos Riesgo (17) 31/01/2010 00h06
Josemar dos Santos Riesgo (17) 31/01/2010 00h06
A Comissão da Verdade estabelecida no novo decreto deve ter por finalidade resgatar a história encoberta durante o período, de forma a dar uma satisfação a todos os envolvidos, principalmente aos cidadãos que foram perseguidos somente por razões ideológicas. Pode ser que ela consiga ter o mesmo papel das comissões criadas em outros países, como a África do Sul. 1 opinião
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