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15/03/2005 - 23h02

Em derrota histórica, tucanos perdem a presidência da Assembléia de SP

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CAIO JUNQUEIRA
da Folha Online

Em uma das eleições mais disputadas dos últimos dez anos, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), sofreu sua maior derrota na Assembléia Legislativa. O empresário Rodrigo Garcia, líder do PFL, venceu o tucano Edson Aparecido por 48 votos a 46 e venceu as eleições para a presidência da Casa.

A vitória de Garcia terminou com a hegemonia do PSDB na Assembléia Legislativa paulista. Desde 1995 os tucanos presidem o Legislativo estadual, último ano também em que tiveram uma candidatura adversária.

O pefelista foi eleito com a ajuda de partidos que integram a base governista de Geraldo Alckmin na Assembléia, como o Prona e o PSC, que apresentam apenas um deputado cada. O PV, que ora vota com o governo e ora contra, dividiu-se: dois de seus deputados votaram em Aparecido e outros dois em Garcia.

Dos 11 deputados da bancada do PFL, apenas dois não votaram no candidato de seu partido.

Assim que foi anunciada a vitória de Garcia, Aparecido cumprimentou o empresário, que, em seu discurso de posse, pediu a todos os deputados união na condução da Assembléia. "Tive a satisfação de receber aqui os cumprimentos do Edson e em nome dele quero receber os outros 46 [deputados] que não votaram em mim e dizer a todos eles que quero e preciso de seu apoio para conduzir a Casa."

Receio

Com receio de ocorrer uma derrota como a imposta pela oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição do presidente da Câmara Federal, o Palácio dos Bandeirantes entrou no jogo nos últimos dias para tentar eleger seu candidato, Edson Aparecido.

No domingo, Alckmin se encontrou com diversos deputados no palácio. Ontem, foi a vez do secretário da Casa Civil do governador, Arnaldo Madeira, passar o dia fazendo ligações telefônicas e recebendo deputados.

Temendo pressões do palácio para mudarem de lado, pelo menos 30 deputados oposicionistas chegaram até a se isolar em um hotel em Atibaia (60 km de São Paulo).

Eleições

Há anos não acontecia de um prefeito e de um governador, ambos do mesmo partido, o PSDB, perderem as eleições nas respectivas Casas legislativas --Câmara e Assembléia.

Na eleição da Câmara de Vereadores de São Paulo, no dia 1º de janeiro, Roberto Tripoli anunciou seu desligamento do PSDB para concorrer pelo "centrão" --grupo de vereadores do PP, PMDB, PTB, PL e PC do B-- à presidência da Casa. Ele acabou vencendo o candidato de Serra, Ricardo Montoro (PSDB).

Já na eleição de hoje para a presidência da Assembléia Legislativa de São Paulo, o empresário Rodrigo Garcia (PFL) derrotou o candidato do governador Geraldo Alckmin, o professor de história Edson Aparecido (PSDB).

Surpresa

A candidatura de Garcia foi considerada uma surpresa, já que seu partido é o mesmo do vice-governador do Estado, Cláudio Lembo, que preside o diretório estadual da sigla. Também chama a atenção o fato de Garcia ter o apoio da oposição, inclusive de toda a bancada petista da Casa.

Na semana passada, depois do lançamento da candidatura do pefelista, os tucanos prontamente acusaram o PT federal, por meio do ministro José Dirceu (Casa Civil), de interferir na eleição da Assembléia e articular o apoio do partido a uma candidatura de oposição a Alckmin.

Basearam-se na ida do líder do PT na Assembléia, Cândido Vaccarezza, a Brasília para se reunir com Dirceu. O deputado petista nega que as eleições na Assembléia tenham sido tratadas no Planalto e diz se encontrar semanalmente com o ministro, que, segundo ele, é seu amigo pessoal desde a fundação do partido, em 1980.

Biografia

Advogado e corretor de imóveis, Rodrigo Garcia é o líder do PFL na Assembléia. Foi chefe de gabinete da Secretaria de Planejamento da Prefeitura de São Paulo, secretário-adjunto da Agricultura e Abastecimento do Estado e assistente técnico da Câmara dos Deputados, em Brasília. Elegeu-se deputado pela primeira vez em 1998.

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