Confronto em reserva extrativista deixa dois feridos no Pará

Uma das mais novas reservas extrativistas, a Renascer, no oeste do Pará, já enfrenta uma crise. Na madrugada do dia 4, madeireiros atiraram contra um grupo de cerca de 300 ribeirinhos extrativistas que estava acampado nos limites da área, de 211 mil hectares, ferindo duas pessoas sem gravidade, segundo a Secretaria do Meio Ambiente do Pará.

Eles estavam no local desde novembro para deter balsas que, afirmam, desciam o rio Uruará com madeira retirada ilegalmente principalmente pela empresa Jauru. Nenhum representante da Jauru foi localizado.

Segundo ribeirinhos, seguranças da empresa atiraram no acampamento. Após o episódio, ao menos dez policiais foram enviados à região da Prainha, cidade na qual fica a reserva.

Na semana passada, membros do governo e do Instituto Chico Mendes, ligado ao Ministério do Meio Ambiente, foram ao local. Os órgãos consideram a situação "pacificada". Mas a divisão da população sobre a saída das madeireiras continua.

Um dos motivos do conflito, segundo os ribeirinhos, é a confusão jurídica criada pela não anulação das licenças dadas à Jauru pelo governo de Ana Júlia Carepa (PT). Nesse tipo de unidade não é permitida a exploração por empresas.