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17/03/2005 - 21h02

Sem-terra fazem greve de fome em Alagoas

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SÍLVIA FREIRE
da Agência Folha

Onze agricultores ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) iniciaram uma greve de fome dentro da sede do Incra, em Maceió, para pressionar o órgão. O MST quer a substituição do superintendente do Incra, Gino César Menezes, que é acusado pelo movimento de privilegiar outros grupos de sem-terra em Alagoas. Menezes nega.

Cerca de 2.000 agricultores ligados ao MST invadiram há 18 dias o prédio do Incra e uma praça localizada no centro da capital, onde montaram um acampamento.

Em contrapartida, agricultores ligados ao MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra) e ao MTL (Movimento Terra, Trabalho e Liberdade), que apóiam a permanência de Menezes no cargo, começaram no início da semana um acampamento em outra praça em Maceió.

Hoje, está prevista a chegada do ouvidor agrário nacional, Gercino José da Silva Filho, à capital alagoana. Ele irá tentar reabrir as negociações com os sem-terra, suspensas há uma semana diante do impasse: a direção nacional do Incra não aceita negociar a saída do superintendente e o movimento também não recua.

Os agricultores, no entanto, estão céticos em relação à vinda do ouvidor agrário.

"O doutor Gercino só vem ouvir e não encaminha nada. Nós dizemos aqui: 'Já veio o falador, agora vem o ouvidor, mas nós precisamos de um fazedor'", disse José Santino, um dos agricultores que iniciou ontem à noite a greve.

O procurador-geral de Justiça do Estado, Coaracy Fonseca, que articulou a reabertura das negociações, disse ter sido surpreendido pelo início da greve de fome.

"O processo de negociação foi aberto e não há razão para a greve de fome como não havia razão para as ações anteriores", disse Fonseca. Na semana passada, o MST queimou uma camionete usada pelo Incra.

O procurador-geral pediu ontem aos agricultores que deixassem de usar suas ferramentas de trabalho no acampamento e nas passeatas diárias que fazem no centro de Maceió. Segundo o movimento, facões e foices permanecerão agora guardadas.

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