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17/03/2005 - 21h44

Médico é acusado de abusar sexualmente de índia

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KÁTIA BRASIL
da Agência Folha, em Manaus

A Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas afastou hoje um médico do Hospital Unidade Mista de Boca do Acre (900 km a oeste de Manaus) acusado de abusar sexualmente de uma índia de 15 anos da etnia apurinã. O caso aconteceu no domingo em uma sala do hospital, administrado pelos governos estadual e federal.

Em relato enviado à secretaria pelo hospital, a índia, grávida de nove meses, afirma que estava sofrendo as dores do parto, quando o médico Lúcio Feitosa Costa a forçou a fazer sexo oral.

No relato, as enfermeiras Nádia Neto de Souza e Socorro Cruz disseram que encontraram a indígena por volta das 12h30 (horário local) de domingo, suplicando para não ficar sozinha. Elas estranharam o comportamento e a índia acabou revelando o abuso sexual. Levada para a sala de parto, a índia deu à luz um bebê do sexo masculino às 13h14.

Hoje, por telefone, o administrador do hospital, Antônio Carlos Lopes, disse que, como o médico sumiu da unidade, a enfermeira Nádia de Souza foi a responsável pelo parto normal da criança. A índia e o bebê tiveram alta para voltar à aldeia, que fica no rio Purus.

A reportagem não localizou o médico Lúcio Feitosa Costa nem seu advogado para comentar a denúncia.

Segundo o secretário da Saúde, Wilson Alecrim, uma sindicância foi aberta para apurar o caso. "Também despachamos a denúncia para o Ministério Público Estadual para adotar os procedimentos legais", afirmou.

Ainda hoje, a índia, três enfermeiras e um policial civil foram ouvidos pelo promotor Edmilson Barreiro Júnior. A Câmara Municipal de Boca do Acre registrou um queixa contra o médico no Conselho Regional de Medicina.

Segundo o delegado Miguel de Araújo Beckman, há uma outra ocorrência registrada contra o médico Lúcio Costa, na qual ele é acusado de estuprar uma menor branca na cidade de Pauini (AM).

Ao comentar o caso do abuso, o administrador da Funai (Fundação Nacional de Saúde) de Rio Branco (AC), Antônio Apurinã --que responde pelas aldeias de Boca do Acre --relatou que outra índia menor, da etnia culina, também foi estuprada, no dia 12, dentro da Casa do Índio, administrada pela Funasa (Fundação Nacional de Saúde).

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