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21/03/2005 - 09h46

Severino defende nepotismo "com diploma"

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RANIER BRAGON
da Folha de S.Paulo, enviado especial a Anápolis (GO)

O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), afirmou ontem no interior de Goiás que os "títulos universitários" que seus familiares possuem justificam suas contratações, sem concurso, para cargos comissionados na Câmara e no Executivo federal.

Ao comentar a reforma ministerial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar nesta semana, Severino disse também que o partido não aceitará um "ministério sem expressão".

Sobre as contratações de parentes, Severino argumentou que está fazendo só "o que a sociedade quer, aquilo que a imprensa quer" ao empregar parentes que, segundo ele, "têm título superior".

"Todos [os parentes contratados pela Câmara] têm título universitário, todos têm bom desempenho. Todos têm aquilo que não pude conseguir devido às dificuldades da minha época", disse o presidente da Câmara, que foi a atração principal do encontro que o PP realizou em Anápolis (GO).

No sábado, a Folha revelou que pelo menos oito familiares de Severino foram contratados sem concurso pela Câmara desde 1997, sendo que seis deles continuam nas funções com salários que vão de R$ 1.687 a R$ 7.503.

Entre os oito está o filho José Maurício Cavalcanti, na Câmara desde pelo menos 1997. Ele vai assumir agora, por indicação do pai, a superintendência do Ministério da Agricultura de Pernambuco.

"Criticam o presidente da Câmara porque ele não freqüentou a universidade. Meu filho, José Maurício, tem título universitário e defendeu tese após ter concluído o curso. Então, estou fazendo o que a sociedade quer, o que a imprensa quer", afirmou Severino, que não negou a influência para que o filho assumisse o cargo. "Não escondo o que faço. Quem indicou foi Severino Cavalcanti."

Ele também rebateu afirmações de que teria responsabilidade sobre projetos aprovados em sua gestão que representam aumento de gastos públicos. "Quem vota são os deputados. Só coloquei em votação projetos que estavam dormindo havia dois anos."

Reforma

Principal interlocutor do PP na negociação com o Planalto para a reforma ministerial, Severino afirmou que o partido não aceitará assumir um "ministério sem expressão". Dizendo que Comunicações, hoje com o PMDB, seria o ideal, Severino disse, porém, se contentar com um "equivalente".

"Um partido com 54 deputados federais e com o presidente da Câmara vai ser contentado por um ministério sem expressão? Não vamos aceitar", disse.

Severino chegou à cidade acompanhado, entre outros, do deputado federal Ciro Nogueira (PP-PI), que ele bancou para ser o nome do partido que deve assumir uma vaga no ministério de Lula.

Apesar de existir a possibilidade de a reforma ser anunciada amanhã ou na quarta, os assessores diretos do presidente afirmam que a única certeza é a ida do senador Romero Jucá (PMDB-RR) para a Previdência Social. Ainda faltam resolver questões importantes, como manter ou não Humberto Costa (PT-PE) na Saúde e quem nomear para a Coordenação Política --a senadora Roseana Sarney, de saída do PFL, ou o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha, um dos pré-candidatos do PT ao governo paulista.

Especial
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