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29/03/2005 - 11h30

Reunião de cúpula na Venezuela visa facilitar venda de armas a Chávez, diz "El País"

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VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online

A paz selada entre Colômbia e Venezuela no dia 15 de fevereiro deve ser consolidada nesta terça-feira em uma cúpula em Ciudad Guayana, na Venezuela, que reunirá além dos presidentes dos dois países (Álvaro Uribe e Hugo Chávez respectivamente), o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o primeiro-ministro espanhol, José Luiz Rodríguez Zapatero, segundo a edição de hoje do jornal espanhol "El País".

Além de consolidar a paz entre os dois países latino-americanos, o encontro tem também o objetivo de "aplainar o caminho" para uma venda de material de defesa espanhol à Venezuela.

A possibilidade de venda de equipamento militar espanhol a Chávez foi tecida durante a visita do presidente venezuelano à Espanha em novembro de 2004. O Ministério das Relações Exteriores da Espanha, no entanto, se opôs ao projeto, porque desequilibrava as relações da Espanha com a Colômbia.

Chávez tem uma longa lista de compras de equipamento militar do Brasil, da Espanha e da Rússia. Do Brasil, a Venezuela pretende adquirir 12 caça-bombardeiros AMX-T e 24 aviões Super Tucano, para treinamento militar e combate. Da parte da Espanha, Zapatero está disposto a vender à Venezuela quatro lanchas-patrulha de vigilância costeira, quatro corvetas ou patrulheiras oceânicas e 12 aviões de transporte C-295, segundo o "El País".

Chávez ainda pretende comprar 100 mil fuzis de assalto AK-47 da Rússia.

Colômbia e Venezuela viveram um impasse no início deste ano por causa do suposto seqüestro de Rodrigo Granda, dirigente das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), apresentado como o chanceler das Farc da Colômbia.

Granda foi capturado no dia 13 de dezembro do ano passado passado na cidade colombiana de Cúcuta (550 km de Bogotá e fronteira com a Venezuela), segundo a versão oficial da polícia colombiana. O governo Chávez disse à época que Granda foi seqüestrado em Caracas (capital da Venezuela) por militares venezuelanos em coordenação com policiais colombianos e, de lá, levado à fronteira, o que seria uma grave violação da soberania venezuelana.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve participação importante na solução do impasse diplomático entre os dois países. O porta-voz da presidência, André Singer, disse então que o presidente Lula "sentiu que o presidente venezuelano também está disposto a fazer tudo que estiver a seu alcance para a condução justa e rápida do incidente". "O presidente Lula entendeu que deveria agir para facilitar uma reaproximação entre esses dois países."

O secretário da Defesa americano, Donald Rumsfeld, denunciou, em visita à Guatemala, os projetos de Chávez como "um absurdo que permite intuir as piores intenções", diz o jornal. Críticas vindas dos EUA, no entanto, só fazem intensificar a retórica venezuelana "antiimperialista e antiamericana". A posição de Zapatero, que pretende melhorar as relações com o governo Bush, depois de ter retirado os soldados espanhóis do Iraque no ano passado, pode se tornar incômoda, com os discursos anti-EUA de Chávez e do vice-presidente venezuelano, José Vicente Rangel, diz o "El País".

Com agências internacionais

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