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29/03/2005
-
12h39
TATHIANA BARBAR
da Folha Online
A polícia do Pará adiou a acareação entre os quatro acusados presos pelo assassinato da missionária Dorothy Stang, ocorrido no dia 12 de fevereiro, em Anapu (PA).
O fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, Rayfran das Neves Sales, o Fogoió, Clodoaldo Carlos Batista, o Eduardo, e Amair Feijoli da Cunha, o Tato, seriam acareados hoje no presídio de segurança máxima de Americano, em Santa Isabel do Pará, município próximo a Belém.
O procedimento foi adiado, segundo a assessoria da Polícia Civil, porque os advogados de Bida e Tato têm uma audiência hoje em Anapu e não poderiam participar da acareação. Ainda não foi marcada uma nova data para os acusados ficarem frente a frente.
Depoimento
O delegado da Polícia Civil do Pará, Waldir Freire, ouviu na manhã de ontem o depoimento de Bida. No entanto, segundo o delegado, o acusado se reservou ao direito de falar em juízo.
O fazendeiro se entregou no início da tarde deste domingo ao Exército de Altamira (PA). Ele está preso na superintendência da Polícia Federal em Belém.
A polícia do Estado abriu novo inquérito para apurar se o crime foi encomendado por um consórcio de fazendeiros.
O juiz de Pacajá (PA) Lucas do Carmo de Jesus havia marcado para hoje o interrogatório do acusado, mas a data foi adiada para quinta-feira.
Fogoió, Eduardo e Tato já foram ouvidos pelo juiz no último dia 15.
Inocente
Bida negou anteontem, durante depoimento à Polícia Federal, envolvimento no crime. "Não fui eu, não fui eu, sou inocente. Eu vi ela uma vez na minha vida e na vida dela também. Uma vez só, e não tinha interesse em matar ela, não", disse.
O fazendeiro afirmou também que ficou em Altamira durante todo o tempo em que estava foragido e que chegou a cruzar com a polícia algumas vezes. Ele ficou hospedado na casa de amigos, um deles o fazendeiro Délio Fernandes, um dos maiores proprietários de terras da região.
Bida disse ainda que era amigo de Tato --apontado como intermediário do crime-- e que os supostos autores dos disparos que mataram a missionária passaram por sua fazenda após o crime.
Instrução processual
Para não atrasar a fase de instrução processual dos três acusados que já estavam presos, o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura será julgado separadamente.
Os quatro acusados foram denunciados pelo Ministério Público do Pará e vão responder por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima).
Federalização
O ministro Arnaldo Esteves Lima, da Terceira Seção do STJ (Superior Tribunal de Justiça), determinou na última terça-feira que os acusados pelo assassinato da missionária se pronunciem sobre o pedido de federalização do caso.
O procurador-geral da República, Cláudio Fontelles, encaminhou no último dia 4 o pedido de federalização das investigações e do julgamento do assassinato de Dorothy. A federalização ocorre quando há crime contra os direitos humanos e foi aprovada na reforma do Judiciário, no final do ano passado.
O deslocamento do caso da Justiça do Estado para a Justiça Federal será decidido pelo STJ, que já recebeu as informações do Tribunal de Justiça do Pará e do Ministério Público do Estado sobre a morte da freira.
O ministro deu um prazo de dez dias para que a determinação seja cumprida.
Senado
A Comissão Externa do Senado, que acompanhou as investigações sobre o assassinato da missionária, deve votar hoje seu relatório.
Os senadores pretendem ler, discutir e votar o documento, e, em seguida, apresentá-lo ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e à imprensa.
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Polícia do Pará adia acareação entre os quatro acusados de matar freira
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da Folha Online
A polícia do Pará adiou a acareação entre os quatro acusados presos pelo assassinato da missionária Dorothy Stang, ocorrido no dia 12 de fevereiro, em Anapu (PA).
O fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, Rayfran das Neves Sales, o Fogoió, Clodoaldo Carlos Batista, o Eduardo, e Amair Feijoli da Cunha, o Tato, seriam acareados hoje no presídio de segurança máxima de Americano, em Santa Isabel do Pará, município próximo a Belém.
O procedimento foi adiado, segundo a assessoria da Polícia Civil, porque os advogados de Bida e Tato têm uma audiência hoje em Anapu e não poderiam participar da acareação. Ainda não foi marcada uma nova data para os acusados ficarem frente a frente.
Depoimento
O delegado da Polícia Civil do Pará, Waldir Freire, ouviu na manhã de ontem o depoimento de Bida. No entanto, segundo o delegado, o acusado se reservou ao direito de falar em juízo.
O fazendeiro se entregou no início da tarde deste domingo ao Exército de Altamira (PA). Ele está preso na superintendência da Polícia Federal em Belém.
A polícia do Estado abriu novo inquérito para apurar se o crime foi encomendado por um consórcio de fazendeiros.
O juiz de Pacajá (PA) Lucas do Carmo de Jesus havia marcado para hoje o interrogatório do acusado, mas a data foi adiada para quinta-feira.
Fogoió, Eduardo e Tato já foram ouvidos pelo juiz no último dia 15.
Inocente
Bida negou anteontem, durante depoimento à Polícia Federal, envolvimento no crime. "Não fui eu, não fui eu, sou inocente. Eu vi ela uma vez na minha vida e na vida dela também. Uma vez só, e não tinha interesse em matar ela, não", disse.
O fazendeiro afirmou também que ficou em Altamira durante todo o tempo em que estava foragido e que chegou a cruzar com a polícia algumas vezes. Ele ficou hospedado na casa de amigos, um deles o fazendeiro Délio Fernandes, um dos maiores proprietários de terras da região.
Bida disse ainda que era amigo de Tato --apontado como intermediário do crime-- e que os supostos autores dos disparos que mataram a missionária passaram por sua fazenda após o crime.
Instrução processual
Para não atrasar a fase de instrução processual dos três acusados que já estavam presos, o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura será julgado separadamente.
Os quatro acusados foram denunciados pelo Ministério Público do Pará e vão responder por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima).
Federalização
O ministro Arnaldo Esteves Lima, da Terceira Seção do STJ (Superior Tribunal de Justiça), determinou na última terça-feira que os acusados pelo assassinato da missionária se pronunciem sobre o pedido de federalização do caso.
O procurador-geral da República, Cláudio Fontelles, encaminhou no último dia 4 o pedido de federalização das investigações e do julgamento do assassinato de Dorothy. A federalização ocorre quando há crime contra os direitos humanos e foi aprovada na reforma do Judiciário, no final do ano passado.
O deslocamento do caso da Justiça do Estado para a Justiça Federal será decidido pelo STJ, que já recebeu as informações do Tribunal de Justiça do Pará e do Ministério Público do Estado sobre a morte da freira.
O ministro deu um prazo de dez dias para que a determinação seja cumprida.
Senado
A Comissão Externa do Senado, que acompanhou as investigações sobre o assassinato da missionária, deve votar hoje seu relatório.
Os senadores pretendem ler, discutir e votar o documento, e, em seguida, apresentá-lo ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e à imprensa.
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