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03/04/2005 - 14h06

Sucessor deve seguir os passos de João Paulo 2º, diz dom Eugênio

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JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio

O arcebispo emérito do Rio, dom Eugênio Salles, afirmou neste domingo que espera que o novo papa siga o caminho de João Paulo 2º. Sem descartar a hipótese de um sucessor de perfil mais liberal, dom Eugênio ressaltou que o mais importante na escolha de um sucessor é o zelo pelos ensinamentos de Jesus Cristo.

Dom Eugênio já participou dos conclaves que elegeram João Paulo 1º e João Paulo 2º. Aos 84 anos, ele pretende viajar na terça-feira para o Vaticano para acompanhar o sepultamento do corpo do papa João Paulo 2º, mas não vota mais porque a idade limite é de 80 anos.

Mesmo sem direito a voto, o arcebispo emérito afirma que o novo papa será guiado pelo Espírito Santo. "Creio que o novo papa será fiel a Jesus Cristo e, se for fiel a Jesus Cristo, continuará o caminho de João Paulo 2º", disse.

Dom Eugênio destacou a fidelidade à doutrina de Cristo e à doutrina social da Igreja, com o combate à pobreza e à miséria, como os aspectos mais marcantes do papado de João Paulo 2º.

Apesar das diferentes correntes de pensamento que existem hoje na Igreja, dom Eugênio afirmou que não cabe ao papa fazer transformações radicais nos procedimentos. "Sinto que a Igreja não é um supermercado, onde quem vai escolhe o que quer e integra a Igreja. O papa faz adaptações naquilo que não é essencial à Igreja para responder ao momento do tempo, mas contanto que isto seja fiel à Igreja", disse.

Dom Eugênio sempre teve uma relação muito próxima com o papa João Paulo 2º. O papa chegou a ficar hospedado em sua residência no Sumaré em duas das visitas ao Brasil em 1980 e 1997. O arcebispo disse ter recebido a notícia da morte de João Paulo 2º como a perda de um familiar. "Foi como quando se perde um pai, um irmão. É um sentimento muito similar a este", afirmou.

O reconhecimento da luta pela paz de João Paulo 2º foi verificado nas preces de muçulmanos e judeus, segundo dom Eugênio. "Com a idade que tenho hoje nunca vi nada que se assemelhasse a isto que ocorreu no mundo inteiro. Não vi uma voz discordante", disse.

Dom Eugênio afirmou que cabe a todos os católicos a tarefa de apoiar a memória de João Paulo 2º e de agradecer pelos 27 anos de seu papado, que trouxeram benefícios à Igreja. "Acho importante que as pessoas se manifestem como são. Certamente passado esse período extraordinário virão vários que, como já acusaram antes, voltarão a acusar novamente o papa."

Sem citar nominalmente o teólogo Leonardo Boff, dom Eugênio mencionou o caso de uma pessoa que foi proibida de falar pelo papa. "Ele passou para todos os efeitos que foi chamado e amordaçado. Não foi amordaçado porque devem sair dos lábios de um padre palavras que são de Jesus Cristo e não propriamente palavras que são de Marx", disse.

Procurado ao longo das duas últimas horas, a reportagem não conseguiu localizar o teólogo Leonardo Boff.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre dom Eugênio Salles
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