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07/04/2005 - 23h09

Remessas de empresas controladas por Meirelles foi de R$ 1,6 bilhão

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JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Palotina

O procurador da República em Tubarão (SC), Celso Antônio Três, enviou hoje ofício ao procurador-geral da República, Claudio Fonteles, ratificando os valores das remessas enviadas ao exterior por empresas supostamente controladas pelo presidente do BC (Banco Central), Henrique Meirelles.

Celso Três, que em abril de 1999 conseguiu a quebra do sigilo bancário de todas as remessas via contas CC5 (de não residentes) para o exterior, disse que o valor de R$ 1,37 bilhão (na época existia equiparação dólar/ real) faz parte do primeiro relatório entregue pelo Banco Central, em maio de 1999.

Como Três exigiu correção no informe do Banco Central --já que detectou erros no primeiro-- o BC entregou em agosto de 1999 um novo relatório. Nele, duas empresas supostamente controladas por Meirelles remeteram, juntas, um total de R$ 1,650 bilhão.

As remessas que tiveram o sigilo quebrado foram as feitas entre janeiro de 1992 e dezembro de 1998. As remessas das empresas supostamente controladas por Meirelles aconteceram entre 1997 e 1998.

A Boston Comercial e Participações remeteu R$ 1, 238 bilhão, e a Boston Administração e Empreendimentos, outros R$ 412, 6 milhões, em um total de R$ 1,650 bilhão. "É importante frisar que, hoje, esses valores são estratosféricos, já que um dólar vale mais de R$ 2,60 e na época das remessas o câmbio era um a um", disse Três.

Na época das remessas, as duas empresas eram controladas, como ainda são hoje, por uma holding do próprio Banco de Boston e sócios brasileiros. O responsável pelas remessas junto ao BC foi Alex Valdemar Zurnig, hoje vice-presidente de Finanças do Banco de Boston.

Hoje, em levantamento junto à Receita Federal, Alex Zurnig continua como responsável pela Boston Administração e Empreendimentos. O responsável pela Boston Comercial e Participações é hoje João Paulo Catão Mendes Carneiro, vice-presidente de Crédito do Banco de Boston.

Os sócios brasileiros da holding do banco, nos registros da Receita Federal, na Boston Comercial e Participações são João Paulo Catão Mendes Carneiro e Odilon Pinheiro de Almeida Jr. A assessoria de imprensa do Banco de Boston informou ontem que Almeida Jr. já deixou o banco ha pelo menos três anos.

Também já deixou o banco há mais de um ano um dos sócios brasileiros da holding do Banco de Boston no controle da Boston Administração e Empreendimentos, Ricardo Augusto Gallo. Mas seu nome continua como sócio nos registros da Receita Federal. O outro sócio na empresa é Geraldo José Carbone, atual presidente do Banco de Boston no Brasil.

A assessoria de imprensa do Banco de Boston informou que não é política da empresa comentar sobre assuntos que estejam na Justiça. Ainda de acordo com a assessoria de imprensa do banco, porém, não existe nenhum processo no BC contra o Banco de Boston relativo às remessas mencionadas.

A assessoria de comunicação do BC informou que todos os processos envolvendo as empresas foram abertos e encerrados antes de Henrique Meirelles assumir a presidência da instituição. O encerramento físico, porém, tem data posterior porque os processos foram reabertos para gerar as informações enviadas à CPI do Banestado. As remessas não foram feitas para Meirelles, mas de pessoa jurídica para pessoa jurídica, segundo a assessoria, que não mencionou valores.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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