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11/04/2005
-
22h30
SILVIO NAVARRO
da Agência Folha
Acusado de ser o intermediário do assassinato da missionária Dorothy Stang, 73, Amair Feijoli da Cunha, o Tato, afirmou em depoimento à polícia e ao Ministério Público Estadual que o fazendeiro Vitalmiro Bastos Moura, o Bida, negociou pessoalmente com outro pistoleiro para matar a freira.
Segundo depoimento de Tato, Bida teria levado a Anapu (oeste do Estado) um pistoleiro de Marabá (568 km de Belém), conhecido como Saint Clair, para matar a missionária na primeira semana de fevereiro. Dorothy foi assassinada no dia 12 do mesmo mês.
No entanto, ainda conforme relato de Tato, a negociação fracassou porque a freira estava viajando. O pistoleiro teria, então, desistido da oferta de Bida.
De acordo com Tato, diante da negativa, Bida pediu a ele que encontrasse outra pessoa.
Tato, que negava participação no caso desde que foi preso, em 19 de fevereiro, disse na semana passada ter contratado, a mando dos fazendeiros, Rayfran das Neves Sales, o Fogoió, e Clodoaldo Carlos Batista, o Eduardo, para matar a freira. Fogoió confessou ser o autor dos disparos. Ambos estão presos em Belém.
A Polícia Civil do Pará procura pelo suposto pistoleiro com base numa espécie de retrato falado. Segundo a polícia, o novo personagem poderia confirmar a intenção de Bida e do outro fazendeiro envolvido no suposto "consórcio", Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, no assassinato.
"Estamos indo atrás desse Saint Clair. Um levantamento da polícia mostra que existe uma pessoa com essas características. Mas, em Marabá, não achamos ninguém por enquanto", disse o delegado Waldir Freire.
"Ele [Tato] disse que o Bida levou uma pessoa lá, uma semana antes [do crime], mas ela [Dorothy] não estava, acho que tinha ido para Belém ou para Brasília", afirmou Waldir Freire.
Na última sexta-feira, Tato apontou em duas acareações diferentes, feitas pela polícia, Bida e Galvão como os mandantes do assassinato da missionária. Os fazendeiros negam.
Na ocasião, Tato disse que ouvia dos fazendeiros que a freira "incomodava com suas freqüentes denúncias ao Ibama e à Procuradoria da República".
Galvão foi preso temporariamente no dia 7 de abril, após prestar depoimento à PF. Bida se entregou no dia 27 de março.
Hoje, a Corregedoria da Polícia Civil instaurou uma sindicância para apurar a acusação feita por Bida que um delegado de Anapu teria recebido dinheiro para dar blindagem ao madeireiro Luiz Ungaratti. O madeireiro nega as acusações.
A denúncia foi feita num bilhete de Bida a Tato, entregue pelo advogado do fazendeiro aos integrantes da CPI da Terra, instalada no Congresso Nacional.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Dorothy Stang
Tato diz que Bida negociava com outro pistoleiro
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da Agência Folha
Acusado de ser o intermediário do assassinato da missionária Dorothy Stang, 73, Amair Feijoli da Cunha, o Tato, afirmou em depoimento à polícia e ao Ministério Público Estadual que o fazendeiro Vitalmiro Bastos Moura, o Bida, negociou pessoalmente com outro pistoleiro para matar a freira.
Segundo depoimento de Tato, Bida teria levado a Anapu (oeste do Estado) um pistoleiro de Marabá (568 km de Belém), conhecido como Saint Clair, para matar a missionária na primeira semana de fevereiro. Dorothy foi assassinada no dia 12 do mesmo mês.
No entanto, ainda conforme relato de Tato, a negociação fracassou porque a freira estava viajando. O pistoleiro teria, então, desistido da oferta de Bida.
De acordo com Tato, diante da negativa, Bida pediu a ele que encontrasse outra pessoa.
Tato, que negava participação no caso desde que foi preso, em 19 de fevereiro, disse na semana passada ter contratado, a mando dos fazendeiros, Rayfran das Neves Sales, o Fogoió, e Clodoaldo Carlos Batista, o Eduardo, para matar a freira. Fogoió confessou ser o autor dos disparos. Ambos estão presos em Belém.
A Polícia Civil do Pará procura pelo suposto pistoleiro com base numa espécie de retrato falado. Segundo a polícia, o novo personagem poderia confirmar a intenção de Bida e do outro fazendeiro envolvido no suposto "consórcio", Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, no assassinato.
"Estamos indo atrás desse Saint Clair. Um levantamento da polícia mostra que existe uma pessoa com essas características. Mas, em Marabá, não achamos ninguém por enquanto", disse o delegado Waldir Freire.
"Ele [Tato] disse que o Bida levou uma pessoa lá, uma semana antes [do crime], mas ela [Dorothy] não estava, acho que tinha ido para Belém ou para Brasília", afirmou Waldir Freire.
Na última sexta-feira, Tato apontou em duas acareações diferentes, feitas pela polícia, Bida e Galvão como os mandantes do assassinato da missionária. Os fazendeiros negam.
Na ocasião, Tato disse que ouvia dos fazendeiros que a freira "incomodava com suas freqüentes denúncias ao Ibama e à Procuradoria da República".
Galvão foi preso temporariamente no dia 7 de abril, após prestar depoimento à PF. Bida se entregou no dia 27 de março.
Hoje, a Corregedoria da Polícia Civil instaurou uma sindicância para apurar a acusação feita por Bida que um delegado de Anapu teria recebido dinheiro para dar blindagem ao madeireiro Luiz Ungaratti. O madeireiro nega as acusações.
A denúncia foi feita num bilhete de Bida a Tato, entregue pelo advogado do fazendeiro aos integrantes da CPI da Terra, instalada no Congresso Nacional.
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