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14/04/2005
-
09h38
da Folha de S.Paulo
Três ex-funcionárias da Prefeitura de Boa Vista (RR) confirmaram ontem, em depoimento à Justiça Eleitoral de Roraima, que um esquema foi montado na prefeitura para comprar votos e usar funcionários públicos na campanha de 2002. Entre os candidatos beneficiados, segundo elas, estava o atual ministro da Previdência, Romero Jucá (PMDB), então candidato a senador.
"A gente ia pedir votos para o senador Romero Jucá, [para a candidata] Marluce Pinto, para o governador, Ottomar Pinto (PTB)", disse a ex-agente de articulação da Segep (Secretaria de Gestão Participativa e Cidadania da Prefeitura) Edilene de Oliveira, ao juiz Luiz Fernando Malleta.
O Ministério Público representou contra Jucá e sete políticos, sob acusação de abuso do poder econômico. A pena prevista é a cassação do mandato.
Segundo Edilene, ao longo da campanha, por duas vezes o próprio Jucá, ao lado de políticos supostamente beneficiados pelo esquema, como o atual governador Ottomar Pinto, participou de reuniões com o grupo de funcionários públicos que tinham sua função desviada.
Em um depoimento detalhado de uma hora e meia, prestado ontem pela manhã no Fórum de Justiça, na presença do advogado de Jucá, Edilene contou que, durante um mês, recebeu seu salário de R$ 1.045 pela prefeitura, por meio de uma cooperativa, mas trabalhava efetivamente na campanha.
"Para o [candidato ao] governo tinha uma coordenação. A gente trabalhava na coordenação de Romero Jucá", reafirmou a ex-funcionária.
Segundo Edilene, que teve sua versão confirmada por outras duas colegas, Gilma Gonçalves de Azevedo, 41, e Maria José Bezerra Araújo, 36, a partir de julho os funcionários da Segep passaram a assumir a função específica de selecionar, treinar e dar apoio aos "militantes" partidários - cabos eleitorais que tinham a tarefa de cooptar os eleitores.
Essas novas atribuições teriam sido definidas pela secretária da Segep, Iraci Oliveira da Cunha. As turmas eram divididas por bairros e regiões. Cada coordenador de área recebia R$ 300 mensais para "despesas emergenciais", que consistiam em adquirir botijões de gás, remédios ou comida para eleitores pobres.
"Não sei de onde vinha [o dinheiro]. Saía da mão dela [secretária] e eu repassava a cada coordenador", disse Edilene, que chegou a assumir o papel de supervisora dos coordenadores.
Edilene narrou ainda que os coordenadores e cabos eleitorais recebiam cartilhas impressas em Brasília que relacionavam os recursos públicos que supostamente Romero Jucá havia conseguido liberar em benefício de Roraima.
De acordo com a ex-funcionária, era também adotada uma estratégia de infundir o medo entre os eleitores beneficiários de programas sociais da União. Os cabos eleitorais eram orientados a dizer às pessoas que declaravam voto no candidato da oposição, Flamarion Portela, que os benefícios poderiam ser cortados caso não votassem em Romero Jucá.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Romero Jucá
Testemunhas acusam Jucá de comprar votos
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Três ex-funcionárias da Prefeitura de Boa Vista (RR) confirmaram ontem, em depoimento à Justiça Eleitoral de Roraima, que um esquema foi montado na prefeitura para comprar votos e usar funcionários públicos na campanha de 2002. Entre os candidatos beneficiados, segundo elas, estava o atual ministro da Previdência, Romero Jucá (PMDB), então candidato a senador.
"A gente ia pedir votos para o senador Romero Jucá, [para a candidata] Marluce Pinto, para o governador, Ottomar Pinto (PTB)", disse a ex-agente de articulação da Segep (Secretaria de Gestão Participativa e Cidadania da Prefeitura) Edilene de Oliveira, ao juiz Luiz Fernando Malleta.
O Ministério Público representou contra Jucá e sete políticos, sob acusação de abuso do poder econômico. A pena prevista é a cassação do mandato.
Segundo Edilene, ao longo da campanha, por duas vezes o próprio Jucá, ao lado de políticos supostamente beneficiados pelo esquema, como o atual governador Ottomar Pinto, participou de reuniões com o grupo de funcionários públicos que tinham sua função desviada.
Em um depoimento detalhado de uma hora e meia, prestado ontem pela manhã no Fórum de Justiça, na presença do advogado de Jucá, Edilene contou que, durante um mês, recebeu seu salário de R$ 1.045 pela prefeitura, por meio de uma cooperativa, mas trabalhava efetivamente na campanha.
"Para o [candidato ao] governo tinha uma coordenação. A gente trabalhava na coordenação de Romero Jucá", reafirmou a ex-funcionária.
Segundo Edilene, que teve sua versão confirmada por outras duas colegas, Gilma Gonçalves de Azevedo, 41, e Maria José Bezerra Araújo, 36, a partir de julho os funcionários da Segep passaram a assumir a função específica de selecionar, treinar e dar apoio aos "militantes" partidários - cabos eleitorais que tinham a tarefa de cooptar os eleitores.
Essas novas atribuições teriam sido definidas pela secretária da Segep, Iraci Oliveira da Cunha. As turmas eram divididas por bairros e regiões. Cada coordenador de área recebia R$ 300 mensais para "despesas emergenciais", que consistiam em adquirir botijões de gás, remédios ou comida para eleitores pobres.
"Não sei de onde vinha [o dinheiro]. Saía da mão dela [secretária] e eu repassava a cada coordenador", disse Edilene, que chegou a assumir o papel de supervisora dos coordenadores.
Edilene narrou ainda que os coordenadores e cabos eleitorais recebiam cartilhas impressas em Brasília que relacionavam os recursos públicos que supostamente Romero Jucá havia conseguido liberar em benefício de Roraima.
De acordo com a ex-funcionária, era também adotada uma estratégia de infundir o medo entre os eleitores beneficiários de programas sociais da União. Os cabos eleitorais eram orientados a dizer às pessoas que declaravam voto no candidato da oposição, Flamarion Portela, que os benefícios poderiam ser cortados caso não votassem em Romero Jucá.
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