Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
19/04/2005 - 20h57

Para arcebispo de Curitiba, Bento 16 terá papado conservador

Publicidade

JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Londrina

O arcebispo metropolitano de Curitiba (PR), d. Moacyr José Vitti, 64, disse que o novo papa será mais conservador que progressista, com uma papado de continuidade em relação ao pontificado de João Paulo 2º. "Ele sempre foi um dos principais assessores de João Paulo 2º e vai ser ainda mais firme no reforço aos dogmas, à moral e aos costumes".

Dom Moacyr Vitti afirmou que "ansiava" por um papa do Terceiro Mundo. "Fosse da África, da Ásia ou da América Latina. Mas o Espírito Santo escolheu esse, através dos cardeais, e talvez veio esse papa para enfrentar os problemas que são preocupação hoje no mundo."

Entre essas preocupações ele citou o celibato dos padres, as discussões sobre células-tronco e outros pontos considerados como necessários para a modernização da igreja. "É importante que o papa saiba responder aos desafios atuais, mas o mundo também precisa de uma posição firme, tanto na linha teológica quanto moral. E o papa eleito certamente saberá como agir", disse.

O arcebispo de Curitiba lembrou que o papa João Paulo 2º chegou a cogitar a convocação de um concílio, que seria o terceiro Concílio Vaticano, para que um colegiado de cardeais discutisse os rumos da igreja. "O papa eleito pode muito bem convocar esse concílio e se apresentar como o papa João 23, que, ao assumir, se esperava por um papado de continuidade e fez grandes mudanças."

Segundo Vitti, o novo papa não será um papa "viajante" como foi João Paulo 2º, "pelo seu caráter pessoal e também por ser um papa com um breve papado, em razão de sua idade".

Londrina

O arcebispo metropolitano de Londrina, d. Albano Cavallin, 73, disse ter "dificuldade" em qualificar o novo papa como ultraconservador como ele vem sendo rotulado pela mídia. "Todos nós somos conservadores ou progressistas, ele [Ratzinger] é um grande defensor da fé católica e é um homem liberto para optar pelas necessidades do povo."

Para d. Albano, o novo papa é um homem inteligente e sábio e " a esses homens grandes os rótulos não colam". "O novo papa não vai ser uma cópia de João Paulo 2º, mas, sem artifícios, será uma cópia do Evangelho de Cristo."

O arcebispo de Londrina afirmou que gostaria que o papa escolhido fosse o cardeal nigeriano Francis Arinze, "o que seria um choque de realidade no mundo, mas a igreja tem seus caminhos e sua hora", afirmou.

O arcebispo de Londrina lembrou o silêncio imposto pelo Vaticano, sob coordenação de Joseph Ratzinger, ao teólogo brasileiro Leonardo Boff, um dos pilares da Teologia da Libertação, para se posicionar contra conceitos e rótulos na igreja.

"Discutimos a Teologia da Libertação, eu defendi o Boff em várias vezes [à época era o responsável na CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) sobre catequese], mas hoje não defenderia os princípios de Boff onde vejo um certo democraticismo."

Especial
  • Leia mais na especial sobre Bento 16
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página