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19/04/2005 - 21h20

Arcebispo de Aparecida disse ter ficado surpreso com escolha

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FÁBIO AMATO
da Agência Folha, em São José dos Campos
da Agência Folha, em Campinas

O arcebispo de Aparecida (167 km a nordeste de São Paulo), dom Raymundo Damasceno Assis, disse ter ficado surpreso com a escolha do cardeal Joseph Ratzinger para a sucessão de João Paulo 2º. Na opinião dele, Bento 16 deverá dar continuidade ao pontificado de Karol Wojtyla.

"A eleição [de um papa] é sempre uma surpresa porque ninguém pode dizer de antemão quem vai ser o eleito, embora os meios de comunicação estivessem sempre, de certa modo, como que apostando no cardeal Ratzinger."

Assis disse acreditar que Bento 16 dará continuidade "ao grande e extraordinário pontificado de João Paulo 2º". Isso significa, segundo ele, que a Igreja Católica sob a autoridade do novo papa não deverá rever sua posição com relação a assuntos considerados hoje polêmicos, como o uso de preservativos, o aborto e o homossexualismo.

"A igreja tem verdades morais e verdades de fé a conservar, a defender, a preservar, de modo que aquilo que não pode ser modificado, por fidelidade a Jesus Cristo, certamente não será modificado."

O arcebispo de Aparecida aprovou a escolha de Ratzinger, com quem teve contatos quando secretário da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). De acordo com Assis, o novo papa é "um homem de grande afabilidade, grande sensibilidade no trato com as pessoas, capacidade de diálogo e clareza de idéias".

A eleição de Bento 16, na opinião de Assis, não altera a relação do Vaticano com a igreja na América Latina e, em especial, no Brasil. Ainda segundo ele, o novo papa terá entre os principais desafios a luta por uma globalização realizada com solidariedade e "contra o relativismo muito grande do nosso mundo de hoje".

O Santuário Nacional de Aparecida comemorou ontem a escolha do novo papa com o soar de sinos e fogos de artifício. Hoje, às 9h, uma missa será celebrada na Basílica Nacional em homenagem a Bento 16.

Campinas

Em Campinas (95 km de São Paulo), o arcebispo metropolitano da cidade, d. Bruno Gamberini, 54, disse ontem ter ficado surpreso com a rapidez com que foi escolhido o novo papa. "Foi rápido demais. Fiquei surpreso, não com a escolha, mas com a rapidez", disse.

"Eu estive com ele em 2003 em uma reunião no Vaticano e o que admiro nele é que ele quase não usa adjetivos. Ele [papa] demonstrou ser muito objetivo e saber exatamente o que quer", disse o arcebispo de Campinas.

O arcebispo afirmou que o discurso inicial do papa será importante para definir qual a direção e o posicionamento que ele deve seguir. "Temos que observar com muita atenção qual será o teor do primeiro discurso dele."

Sobre o possível alinhamento do novo papa e como será o relacionamento dele com a América Latina, o arcebispo preferiu aguardar o discurso. "Quem viver verá. Vamos aguardar o discurso inicial dele."
D. Gamberini disse acreditar que o papa será um "papa da paz". "Ele já viveu a guerra [2ª Guerra Mundial] e sabe muito bem o sofrimento que é. Ele será um papa da paz", disse o arcebispo.

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