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20/04/2005
-
13h55
FELIPE RECONDO
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
O novo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, enfrentou nesta quarta-feira sua primeira "prova de fogo" junto ao Congresso, durante audiência pública para debater a reformulação do Orçamento Geral da União.
Bernardo ouviu dos deputados uma crítica conjunta à limitação de 16% da carga tributária definida na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). O percentual impedirá, na opinião dos deputados, que o Congresso Nacional corrija distorções do texto ou arrecadação subestimada pelo Executivo. Além do que, a LDO não define o que será feito com o dinheiro que ultrapassar os 16% do PIB.
Para o ministro do Planejamento, o governo está fazendo sua parte ao propor o limite. "É evidente que isso não pode limitar a capacidade da Receita Federal de aumentar as suas receitas. Se ultrapassar o limite, o Congresso terá de ser ouvido sobre o que fazer com o excesso de arrecadação ou o Governo vai encaminhar uma proposta de desoneração tributária."
Ele afirmou que o excedente de arrecadação poderá ser usado pelo governo para financiar projetos ou para permitir a redução de tributos pagos por setores importantes para a economia. Na prática, portanto, indicou que a arrecadação acima dos 16% não será devolvida ao contribuinte. "No meu entendimento, isso não é limitação da carga tributária, é limitação de receita", afirmou o líder do governo no Congresso, Fernando Bezerra (PTB-RN).
A oposição cobrou que o dinheiro seja devolvido ao contribuinte com redução das alíquotas dos tributos administrados pela Receita Federal. "O governo está atirando no marketing político. O que devemos buscar é a redução da carga tributária", criticou Pauderney Avelino (PFL-AM). "Não há efetiva limitação para a arrecadação. Só haveria se a LDO dissesse que, se a arrecadação for maior do 16%, a alíquota de tributos será reduzida", argumentou Sérgio Miranda (PC do B-MG).
O ministro do Planejamento disse estar disposto a negociar, mas defendeu a definição do teto para as receitas. "O fato de termos definido um teto para a receita significa uma disposição prática de que nós estamos empenhados em reduzir a carga tributária", afirmou. "O que temos de tirar de essencial é que há um clamou na sociedade para não aumentar a carga", completou.
Dificuldades
A definição de limites para a arrecadação e para o custeio da máquina --17% do PIB-- dificultará o fechamento do orçamento de 2006. Os relatores das propostas orçamentárias tradicionalmente aumentam as estimativas de receita para conseguir fechar as contas do governo federal no ano seguinte.
No ano passado, o relator do texto, o hoje ministro da Previdência, Romero Jucá (PMDB-RR), elevou as receitas em R$ 21 bilhões. Foi a forma encontrada para permitir a elevação do salário mínimo a R$ 300 e a correção de 10% da tabela do imposto de renda da pessoa física.
Sem esse dispositivo pelo lado da receita, os parlamentares, co o reconhecimento de Paulo Bernardo, já antecipam dificuldades para a comissão fechar a peça orçamentária. "Esses limites são uma amarra muito grande. Vamos ter problemas para montar o orçamento, mas teremos um limite claro para a sociedade", afirmou o ministro.
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ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
O novo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, enfrentou nesta quarta-feira sua primeira "prova de fogo" junto ao Congresso, durante audiência pública para debater a reformulação do Orçamento Geral da União.
Bernardo ouviu dos deputados uma crítica conjunta à limitação de 16% da carga tributária definida na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). O percentual impedirá, na opinião dos deputados, que o Congresso Nacional corrija distorções do texto ou arrecadação subestimada pelo Executivo. Além do que, a LDO não define o que será feito com o dinheiro que ultrapassar os 16% do PIB.
Para o ministro do Planejamento, o governo está fazendo sua parte ao propor o limite. "É evidente que isso não pode limitar a capacidade da Receita Federal de aumentar as suas receitas. Se ultrapassar o limite, o Congresso terá de ser ouvido sobre o que fazer com o excesso de arrecadação ou o Governo vai encaminhar uma proposta de desoneração tributária."
Ele afirmou que o excedente de arrecadação poderá ser usado pelo governo para financiar projetos ou para permitir a redução de tributos pagos por setores importantes para a economia. Na prática, portanto, indicou que a arrecadação acima dos 16% não será devolvida ao contribuinte. "No meu entendimento, isso não é limitação da carga tributária, é limitação de receita", afirmou o líder do governo no Congresso, Fernando Bezerra (PTB-RN).
A oposição cobrou que o dinheiro seja devolvido ao contribuinte com redução das alíquotas dos tributos administrados pela Receita Federal. "O governo está atirando no marketing político. O que devemos buscar é a redução da carga tributária", criticou Pauderney Avelino (PFL-AM). "Não há efetiva limitação para a arrecadação. Só haveria se a LDO dissesse que, se a arrecadação for maior do 16%, a alíquota de tributos será reduzida", argumentou Sérgio Miranda (PC do B-MG).
O ministro do Planejamento disse estar disposto a negociar, mas defendeu a definição do teto para as receitas. "O fato de termos definido um teto para a receita significa uma disposição prática de que nós estamos empenhados em reduzir a carga tributária", afirmou. "O que temos de tirar de essencial é que há um clamou na sociedade para não aumentar a carga", completou.
Dificuldades
A definição de limites para a arrecadação e para o custeio da máquina --17% do PIB-- dificultará o fechamento do orçamento de 2006. Os relatores das propostas orçamentárias tradicionalmente aumentam as estimativas de receita para conseguir fechar as contas do governo federal no ano seguinte.
No ano passado, o relator do texto, o hoje ministro da Previdência, Romero Jucá (PMDB-RR), elevou as receitas em R$ 21 bilhões. Foi a forma encontrada para permitir a elevação do salário mínimo a R$ 300 e a correção de 10% da tabela do imposto de renda da pessoa física.
Sem esse dispositivo pelo lado da receita, os parlamentares, co o reconhecimento de Paulo Bernardo, já antecipam dificuldades para a comissão fechar a peça orçamentária. "Esses limites são uma amarra muito grande. Vamos ter problemas para montar o orçamento, mas teremos um limite claro para a sociedade", afirmou o ministro.
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