Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
23/04/2005 - 19h04

Índios exigem presença de Lula ou de Thomaz Bastos para libertar reféns

Publicidade

da Folha Online

Os índios da etnia macuxi, da região conhecida como maloca do Flechal, em Roraima, na fronteira com a Guiana, disseram neste sábado que só vão libertar os quatro policiais federais --reféns do grupo desde ontem --depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou do ministro Márcio Thomaz Bastos forem ao local.

A informação foi transmitida pelo secretário estadual do Índio de Roraima, Adriano Francisco Nascimento, que passou a noite na comunidade e chegou hoje em Boa Vista.

Segundo o secretário, o protesto está sendo coordenado pela Sodiur (Sociedade de Defesa dos Indígenas Unidos do Norte de Roraima), uma organização indígena com 48 associados que é contra a homologação em forma contínua da terra indígena Raposa/Serra do Sol.

O secretário conversou com os quatro policiais e afirmou que eles estão bem e que podem circular livremente pela comunidade. No entanto, os policiais são seguidos por vigias que impedem que saiam do Flechal.

"O clima lá está tranqüilo, mas o diálogo promete ser longo", declarou Nascimento, que também é indígena, da etnia macuxi. O secretário não soube informar os nomes dos policiais --três agentes e um delegado, de acordo com ele.

"Só sei que o delegado se chama Alex", contou. O plantão da Polícia Federal também não soube informar o nome dos reféns.

A única forma de contato com a área de maloca do Flechal, onde vivem os macuxi, é por meio de rádio amador com um posto da Funai (Fundação Nacional do Índio), processo conhecido como "fonia". O sistema, entretanto, só funciona até as 17h de Boa Vista (18h de Brasília).

Protestos

Segundo o governador Ottomar Pinto (PTB), a prisão dos quatro policiais foi uma retaliação dos índios contrários à homologação da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, no norte do Estado.

No último dia 15, o presidente Lula assinou o decreto de homologação da reserva indígena Raposa/Serra do Sol. Desde então, Roraima é palco de sucessivos protestos de produtores de arroz e índios contrários à decisão.

A demarcação da reserva tem sido duramente combatida e vinculada à imagem do presidente Lula em campanhas nas rádios do Estado e em sucessivas manifestações de produtores de arroz em praça pública, na capital Boa Vista.

A área demarcada terá cerca de 1,75 milhão de hectares --equivalente a 11 vezes a cidade de São Paulo. Deverá abrigar cerca de 15 mil índios dos povos ingaricó, macuxi, taurepangue, patamona e uapixana.

Com Agência Brasil

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre reserva indígena Raposa/Serra do Sol
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página