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04/05/2005 - 20h22

Índios fazem secretário municipal refém no Maranhão

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SÍLVIA FREIRE
da Agência Folha

O secretário de Saúde do município de Arame (MA), Wellington Queiroz de Freitas, está sendo mantido refém por um grupo de índios guajajara. O secretário estava reunido em Arame com lideranças indígenas ontem à tarde e, no final do encontro, os índios disseram que não iriam liberá-lo. O secretário foi levado para a aldeia Zutiua, a cerca de 60 km da sede do município.

A Polícia Federal do Maranhão está com agentes mobilizados na área, mas aguarda o resultado das negociações --conduzidas pelo prefeito de Arame, João Menezes de Souza (PV), que está em São Luís (MA).

Segundo Souza, os guajajaras condicionam a libertação do secretário à presença em Arame do coordenador da Funasa no Maranhão, Zenildo de Oliveira, e à liberação de recursos para ações complementares de saúde que estão atrasados.

A coordenação da Funasa informou por meio de sua assessoria de imprensa que houve atraso na liberação do dinheiro porque a ONG (organização não-governamental) indígena que administra os recursos não havia encaminhado a prestação de contas anterior no prazo determinado. A Funasa disse que a análise da documentação está sendo feita em Brasília e que os recursos devem ser liberados nos próximos dias.

A ONG Associação de Saúde das Comunidades Indígenas de Arame, segundo a Funasa, assinou um convênio com o órgão no valor de R$ 623,9 mil, dos quais já foram liberados R$ 340 mil. O restante será repassado aos índios até julho.

Entre as ações complementares de saúde estão a compra de alguns medicamentes, combustível para os carros que transportam as equipes que fazem atendimento à saúde e manutenção dos veículos e alimentação.

O prefeito de Arame disse que, por causa dos atrasos no repasse do dinheiro à ONG, não há como consertar os carros que estão quebrados e, com isso, as duas equipes do PSFI (Programa de Saúde da Família Indígena) contratadas pela prefeitura com recursos repassados pelo Ministério da Saúde não estão trabalhando. Cerca de 3.000 índios são atendidos pelas duas equipes.

O secretário-adjunto de Saúde de Arame, Alexandre da Costa, que acompanhava Freitas na reunião com os guajajaras, os índios exigem também a recontratação pela prefeitura de dois enfermeiros que faziam atendimento à saúde dos índios e que foram dispensados pela atual administração. Segundo Costa, os servidores haviam sido contratados irregularmente.

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