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13/05/2005
-
09h27
da Folha de S.Paulo
Deputados de vários partidos pediram ontem o afastamento de Henrique Meirelles e de Romero Jucá de suas funções, apesar de a liderança governista ter mantido o discurso de que o Palácio do Planalto aguardará uma decisão final do Supremo Tribunal Federal sobre os casos.
O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), que foi o avalista da indicação de Meirelles ao Banco Central, argumentou que a ausência de turbulência no mercado representaria "confiança no presidente do BC".
"Evidentemente, nós vamos esperar o posicionamento definitivo dos ministros do STF. Vamos nos ater ao mérito da decisão dos juízes. O fato é que há dezenas de autoridades que tiveram representação acolhida pelo Supremo e que depois foram absolvidas. O fato de o mercado não ter registrado nenhuma turbulência demonstra a confiança no presidente do BC", disse Mercadante.
Segundo ele, não há autoridade no país que tenha escapado de uma "representação". "O fato de o Ministério Público encaminhar uma denúncia não pode levar quem quer que seja ao prejulgamento. Você não tem um administrador público no país que não tenha uma representação do MP. Isso é da natureza do poder."
Já a oposição e setores do próprio PT pediram a cabeça dos ministros. "Num país sério, em que a ética e a moralidade prevalecessem, nenhum dos dois poderia estar mais nos cargos que estão", afirmou o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA).
"O presidente precisa assumir a responsabilidade sobre essa situação. A gente não pode fazer um prejulgamento nem de um nem de outro. Acontece que ministros de governo têm de estar acima de qualquer suspeita", declarou o deputado Alberto Goldman (SP), líder da bancada do PSDB.
A esquerda do PT cobrou o afastamento sob o argumento de que a manifestação do procurador-geral da República é um agravante importante. "Alianças têm limite, que são a ética e a probidade administrativa", disse Paulo Rubem Santiago (PT-PE). "Em nome do PT pedimos, sim, que haja isenção, que o ministro [Jucá] seja afastado imediatamente até o final das averiguações, ao menos para preservar o governo", disse Ivan Valente (PT-SP).
O deputado Roberto Freire (PE), presidente do PPS, também cobrou a demissão de Meirelles e apresentou à Mesa da Câmara uma Proposta de Emenda à Constituição que afasta por 180 dias ministros processados pelo STF ou pelo Senado. "O país vive um momento insólito. A autoridade responsável por fiscalização, controle e estabelecimento de políticas para o sistema financeiro está sendo processada por crimes contra o sistema financeiro."
O senador Delcídio Amaral (MS), líder do PT no Senado, disse que a investigação contra Meirelles é boa "para atestar a lisura dele". Já o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) disse que o presidente levará em conta que não pesam decisões definitivas contra os dois ministros.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Henrique Meirelles
Oposição e esquerda do PT pedem saída de ministros
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Deputados de vários partidos pediram ontem o afastamento de Henrique Meirelles e de Romero Jucá de suas funções, apesar de a liderança governista ter mantido o discurso de que o Palácio do Planalto aguardará uma decisão final do Supremo Tribunal Federal sobre os casos.
O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), que foi o avalista da indicação de Meirelles ao Banco Central, argumentou que a ausência de turbulência no mercado representaria "confiança no presidente do BC".
"Evidentemente, nós vamos esperar o posicionamento definitivo dos ministros do STF. Vamos nos ater ao mérito da decisão dos juízes. O fato é que há dezenas de autoridades que tiveram representação acolhida pelo Supremo e que depois foram absolvidas. O fato de o mercado não ter registrado nenhuma turbulência demonstra a confiança no presidente do BC", disse Mercadante.
Segundo ele, não há autoridade no país que tenha escapado de uma "representação". "O fato de o Ministério Público encaminhar uma denúncia não pode levar quem quer que seja ao prejulgamento. Você não tem um administrador público no país que não tenha uma representação do MP. Isso é da natureza do poder."
Já a oposição e setores do próprio PT pediram a cabeça dos ministros. "Num país sério, em que a ética e a moralidade prevalecessem, nenhum dos dois poderia estar mais nos cargos que estão", afirmou o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA).
"O presidente precisa assumir a responsabilidade sobre essa situação. A gente não pode fazer um prejulgamento nem de um nem de outro. Acontece que ministros de governo têm de estar acima de qualquer suspeita", declarou o deputado Alberto Goldman (SP), líder da bancada do PSDB.
A esquerda do PT cobrou o afastamento sob o argumento de que a manifestação do procurador-geral da República é um agravante importante. "Alianças têm limite, que são a ética e a probidade administrativa", disse Paulo Rubem Santiago (PT-PE). "Em nome do PT pedimos, sim, que haja isenção, que o ministro [Jucá] seja afastado imediatamente até o final das averiguações, ao menos para preservar o governo", disse Ivan Valente (PT-SP).
O deputado Roberto Freire (PE), presidente do PPS, também cobrou a demissão de Meirelles e apresentou à Mesa da Câmara uma Proposta de Emenda à Constituição que afasta por 180 dias ministros processados pelo STF ou pelo Senado. "O país vive um momento insólito. A autoridade responsável por fiscalização, controle e estabelecimento de políticas para o sistema financeiro está sendo processada por crimes contra o sistema financeiro."
O senador Delcídio Amaral (MS), líder do PT no Senado, disse que a investigação contra Meirelles é boa "para atestar a lisura dele". Já o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) disse que o presidente levará em conta que não pesam decisões definitivas contra os dois ministros.
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